Cai número de financiamentos de automóveis em 2012

O desaquecimento econômico brasileiro e as restrições ao crédito fizeram com que o total de financiamentos de veículos caísse 9% em relação ao ano passado. Além destes fatores gerais, os segmentos de pesados (ônibus e caminhões) sofreram queda de produção e vendas por causa da entrada de uma nova tecnologia de redução da poluição que deixou os veículos mais caros. O Governo Federal agiu em relação ao financiamento de ônibus e caminhões novos, mas o setor de usado continua carente de estímulos.

O desaquecimento econômico brasileiro e as restrições ao crédito fizeram com que o total de financiamentos de veículos caísse 9% em relação ao ano passado. Além destes fatores gerais, os segmentos de pesados (ônibus e caminhões) sofreram queda de produção e vendas por causa da entrada de uma nova tecnologia de redução da poluição que deixou os veículos mais caros. O Governo Federal agiu em relação ao financiamento de ônibus e caminhões novos, mas o setor de usado continua carente de estímulos.

Cai total de financiamentos de veículos em 2012
Maior rigor de bancos e lojas na aprovação de créditos e desaquecimento econômico foram as principais causas

ADAMO BAZANI – CBN

O ritmo da indústria automotiva, abaixo do esperado, e o desaceleramento econômico brasileiro podem ser sentidos diretamente no total de financiamentos de veículos novos e usados.
Dados revelados nesta segunda-feira, dia 17 de dezembro de 2012, pela Cetip – Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos mostram uma queda de 9% no total de financiamentos entre janeiro e novembro deste ano em comparação ao mesmo período de 2011. Em unidades, isso representa 6 milhões 995 mil veículos financiados em 2011 contra 6 milhões 344 mil neste ano.
O levantamento leva em consideração veículos novos e usados de diversas categorias: motos, automóveis particulares, comerciais leves, caminhões e ônibus (pesados).
Este total de veículos representa um volume de negócios de R$ 173,2 bilhões. O valor é 9,3% menor que o período entre janeiro e novembro do ano passado.
De uma maneira geral, o desaquecimento econômico brasileiro, com elevação de preços mas com um PIB – Produto Interno Bruto que teve pouca evolução e a postura mais rígida de bancos e financeiras para liberarem crédito, com temor em relação à inadimplência, são as principais causas da queda, apesar de reduções específicas das taxas de juros e de impostos para diversos segmentos da indústria de automóveis.
Em linhas gerais, havia promoções de veículos e taxas atrativas, tanto particulares como comerciais, mas uma disponibilidade de crédito que não acompanhou essa oferta.
Do total de veículos financiados entre o primeiro e o décimo primeiro mês deste ano, os de passeio representaram 78,3%. As motos responderam por 15,7% e os caminhões e ônibus por 5,6%, entre novos e usados.
Levando em consideração apenas os veículos novos, o total de carros e comerciais leves caiu e o de ônibus e caminhões aumentou. A fatia dos carros particulares representa no caso de novos 65,2% dos financiamentos, as motos têm 27,8% do total e o percentual de ônibus e caminhões sobe para 6,5%.
Na comparação entre novembro deste ano e outubro, a queda foi de 8% entre novos e usados, num total de 564 mil 190 unidades.
A modalidade que mais “emprestou dinheiro” para a compra de carros foi o CDC – Crédito Direto ao Consumidor, representando 84,4% do total de financiados. Já as operações de leasing perderam participação indo de 4,2% em 2011 para 2,1% neste ano. Os consórcios por sua vez cresceram e passaram de 9,5% do total para 11,8%.

ÔNIBUS E CAMINHÕES:

Além das questões conjunturais econômicas que refletiram sobre o total de financiamentos de veículos, os segmentos de ônibus e caminhões tiveram especificidades que revelaram altos e baixos.
A entrada em vigor de novos padrões tecnológicos de restrição a poluição deixou os pesados a diesel mais caros o que provocou renovações antecipadas em 2011 e queda na procura por estes veículos em 2012. Assim, com a procura menor, é natural que os financiamentos também caiam.
Em compensação, em relação aos ônibus e caminhões novos, o Governo Federal criou uma série de incentivos como redução dos juros e manutenção do PSI – Programa de Sustentação do Investimento e do Programa Prócaminhoneiro.
As medidas ajudaram na procura por financiamentos por ônibus e caminhões novos, mas o mercado destes veículos usados ainda ficou carente de mais estímulos.
Mesmo se tratando de ônibus e caminhões usados, os estímulos ajudariam nas renovações de frotas, já que dariam oportunidades a autônomos ou mesmo empresários de comprarem veículos mais novos do que possuem, mesmo não sendo zero quilômetro.
Em números absolutos referentes a novembro de 2012, segundo a Cetip, o total de financiamentos de ônibus usados foi maior do que o de novos. Com caminhão, ocorreu o inverso, com mais veículos novos sendo financiados.
Foram financiados 3 mil 842 ônibus, sendo que 2 mil 428 usados contra 1 mil 414 novos. Já em relação aos caminhões, o mercado financiou 17 mil 135 novos ante 10 mil 341 usados.
Levando em conta o total de pesados (ônibus e caminhões), 31 mil 318 unidades foram financiadas, sendo que 18 mil 549 (59%) veículos novos e 12 mil 769 (41%) usados.
As perspectivas para 2013 é que, com o aquecimento econômico, e em especial para ônibus e caminhões, a recuperação do mercado e as ações que devem demandar veículos pesados, os financiamentos cresçam.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

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