GREVE DE ÔNIBUS EM FORTALEZA CONTINUA NA SEXTA-FEIRA

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Greve de ônibus em Fortaleza continua nesta sexta-feira, entrando no terceiro dia. Justiça determinou frota de 50% durante todo o dia e 70% nos horários de pico, mas a quantidade de ônibus nas horas de maior movimento não foi cumprida pelo sindicato dos trabalhadores. Além de provocar aumento no número de veículos particulares nas ruas, a greve trouxe outro prejuízo ao trânsito de Fortaleza: motoristas e cobradores bloqueiam ruas e avenidas com os ônibus esvaziando os pneus dos coletivos. Foto: Reprodução TV Verdes Mares

Greve de ônibus em Fortaleza continua na sexta-feira
De acordo com gerenciadora dos transportes, trabalhadores chegaram perto ao percentual de frota mínima determinada pela Justiça, mas não cumpriram quantidade de ônibus nos horários de pico.

ADAMO BAZANI – CBN
A greve de motoristas e cobradores de ônibus de Fortaleza continua nesta sexta-feira.
Em assembleia organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Ceará – Sinto – CE, os grevistas decidiram pela manutenção dos protestos.
Cerca de um milhão de pessoas que precisam das 251 linhas prestadas pelos 1798 ônibus municipais são prejudicadas diariamente.
Nesta sexta-feira, a greve entra no terceiro dia.
A presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Ceará, Maria Roseli Mendes de Alencar, determinou na quarta-feira que 50% da frota de ônibus sejam colocados nas ruas durante a greve. O número deve ser aumentado para 70% nos horários de pico.
De acordo com balanços de hora em hora da Etufor, Empresa de Transportes Urbanos de Fortaleza, os trabalhadores cumpriram a determinação da Justiça durante todo o dia, mas nas horas de pico ficaram um pouco abaixo do estipulado.
Entre às 5 da manhã e às 18 horas, o maior percentual foi na faixa das 14 horas às 15 horas, quando 80,14% do ônibus programados estavam circulando. Já o menor percentual de veículos foi registrado das 11 horas ao meio dia, com 55,18% dos ônibus escalados em operação.
Além da falta de transportes, que fez com que muitas pessoas que costumeiramente usam os ônibus fossem ao trabalho e à escola de carro, outro fator prejudicou o trânsito nas principais vias de Fortaleza.
Grevistas bloquearam ruas e avenidas com os ônibus que tiveram os pneus esvaziados.
Em alguns casos, os ônibus tiveram de ser removidos pelos guinchos das próprias empresas.
Houve bloqueio em várias vias como Avenida Carapinima, Avenida Antônio Bezerra, Avenida Tristão Gonçalves, Avenida Domingos Olímpio e Avenida da Universidade.
O Ministério Público do Trabalho determinou que o movimento grevista seja regulamentado.
O órgão estipulou como horário de pico, quando devem circular 70% dos veículos, das 06h30 às 08h00 e das 17 horas às 18h30.
O Ministério Público do Trabalho também proibiu que os sindicalistas continuem fechando terminais, estações e vias, como vem ocorrendo até agora.
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Ceará – Sintro – CE negou que estimule os grevistas a fazer os bloqueios, mas disse que não pode impedir a ação dos manifestantes, apesar de afirmar que orienta os trabalhadores.

VLT VEÍCULO LEVE SOBRE TRILHOS:

Para amenizar os impactos da greve, a Metrofor – Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos colocou três VLTs, Veículos Leves sobre Trilhos, para servir a linha Sul, atendendo Fortaleza, Pacatuba e Maracanaú.
Os serviços funcionam das 16 horas às 19 horas e serão feitos apenas enquanto a greve de ônibus persistir.
A linha atende às estações: Carlito Benevides; Jereissati; Maracanaú; Virgílio Távora; Rachel de Queiroz; Alto Alegre; Aracapé; Esperança; Mondubim; Manoel Sátiro; Vila Pery e Parangaba.
Não há cobrança de tarifas.
Se o atendimento especial do VLT durante a greve de ônibus em Fortaleza oferece transporte acessível para a população, o mesmo não pode ser dito de boa parte dos mototaxistas.
As atividades, que são permitidas, mas não têm tarifas determinadas, são prestadas por alguns profissionais que têm cobrado preços abusivos.
Corridas que custam em média R$ 2,00 têm sido cobradas a R$ 10,00.
Há também a atuação de motoqueiros e motoristas de lotação clandestinos que também cobram preços acima do normal.
Muitas pessoas, sem condições de pagar táxis e mototáxis e que moram nas áreas onde não há condições de instalação de um VLT e nem tem carros, são obrigadas a fazer longas caminhadas ou simplesmente adiarem seus compromissos.
O Sintro – CE pede aumento salarial de 15% para os funcionários de transportes, que o valor de cada folha do tique-alimentação passe de R$ 7,00 para R$ 12,00, reajuste na cesta básica de R$ 60,00 para R$ 80,00 e fim da dupla função, quando o motorista dirige o cobra ao mesmo tempo, muito comum nos micro-ônibus.
O Sindionibus, que reúne as empresas cearenses de transportes urbanos, na segunda-feira, depois da intermediação da justiça do trabalho para evitar a greve que teve início na quarta-feira, chegou a oferecer 8,5% de aumento nos salários, cesta básica de R$ 70,00 e vale-refeição de R$ 8,00 a folha.
Mas pelo fato de os trabalhadores terem entrado em greve as companhias suspenderam a proposta e disseram que vão deixar a justiça decidir os valores.
O TRT – Tribunal Regional do Trabalho do Ceará marcou audiência de dissídio coletivo para a próxima quinta-feira, dia 28 de junho.
No entanto, novas conversas devem ocorrer até lá para que não haja prolongamento da greve, prejudicando ainda mais a população, e nem decisões que possam atingir financeiramente tanto as empresas de ônibus como o sindicato dos trabalhadores.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Comentários

Comentários

  1. carlos josé disse:

    Bom dia,só vejo a imprensa falar das dificuldades das pessoas se locomover aos seus trabalhos,assim ,”imparcialmente”,colocando a categoria contra a população,quando na verdade os culpados desses transtornos são os patrões,enquanto os patrões forem protegidos por uma lei que obriga a liberação de 50 % e 70 % de veiculos na rua,a greve “legitima”será mais longa,o que precisa é de uma greve geral,tem que parar todos os onibus,e a união de classe,nesse momento toda classe trabalhadora deveria apoiar a greve.

    1. Alfredo disse:

      Acho que o direito de greve é legitimo, mas quando há baderneiros furando pneu de onibus e causando danos a população os orgão de imprensa tem mesmo é denuciar e mostrar, se a classe quer mesmo causar impacto vai todos trabalhar fazer as rotas nomais com camisas do movimento, se possivel atender melhor a população com informações e paciência principalmente com os idosos e com passagem gratis a todos.
      Acho que com isso a os objetivos serião melhores atendidos e com aprovação da população.
      Só uma ideia.

      1. carlos josé disse:

        Olá Alfredo,bom dia, toda opnião é valida,só q simplesmente “fazer as rotas nomais com camisas do movimento” nao causaria impacto algum,infelizmente ten-se q cutucar onde doi neles,e o capital só é afetado quando deixa de se movimentar.se nao ouvesse a lei q reza q tem q manter 50/70 % dos veiculos nas ruas nao haveriam “badernas”,a greve só é legitima se a categoria tiver o direito ,por lei, de parar total,mas infelizmente esses trabalhadores,e qualquer outra categoria,como sempre,ficam em segundo plano e são taxados de baderneiros,vandalos,anarquistas,etc.pq as leis só protegem o capital,os patrões e o estado e esses por sua vez usam a população como escudo.
        toda classe trabalhadora teria sim q se unir e apoiar a greve e dar um “jeitinho brasileiro” de chegar ao seu destino.e a imprensa se quer fazer sua parte imparcialmente,vá aos patrões,as empresas,como nas ruas,tambem atue 24 hs junto as negociações e as opiniões dos patrões.sem esconder nada.

  2. Só acho que eu não aguento mais greve.Greve dos piliciais,greve dos bombeiros e de novo greve de ônibus.Falta greve de que mais,pelo amor Deus.

  3. AILTON GOMES disse:

    QUAIS LINHAS DE ONIBUS SAO COMPOSTAS PELA EMPRESA ASA AZUL

  4. Cia disse:

    É porque todo ano eles fazem uma greve p/ comemorar o aniversário da greve do ano anterior! rsrsrsrs…

  5. francisca elma disse:

    Apoio a greve dos onidus mais nem um era para sai paras ruas,

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