Mercedes Benz anuncia Biodiesel B 20 para todos os modelos. Confira matéria de vídeo especial sobre ônibus na Rio +20

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Mercedes Benz anunciou que testes comprovam que os motores da marca podem receber sem perda de eficiência e desempenho mistura de 20% de Biodiesel ao diesel de petróleo (B 20). Mesmo os ganhos ambientais sendo maiores nos propulsores mais novos, a mistura é possível nos modelos mais antigos. Apesar de o biodisel não ser unanimidade entre especialistas, o uso nos transportes traz vantagens ao meio ambiente e a economias locais, levanto em conta também a inclusão social no campo, que não podem ser desprezadas. Foto: Adamo Bazani

Confira reportagem especial sobre Rio +20 e o anúncio da Mercedes Benz sobre uso de 20% de Biodiesel nos motores da marca
Uso da mistura não requer alterações no motor e é possível inclusive nos veículos mais antigos

ADAMO BAZANI – CBN

Entre as ações práticas dentro do conceito de sustentabilidade está usar da melhor maneira possível os recursos naturais existentes, sem esgotá-los, para que o bem estar das gerações futuras seja garantido.
Assim, numa economia cada vez mais dinâmica, com atividades mais intensas, para evitar este esgotamento, a tendência é para a opção por fontes de energias renováveis, ou seja, as que podem ser repostas de maneira relativamente rápida enquanto são usadas.
E o Brasil é rico neste tipo de energia, mas ainda não avançou como poderia.
Hoje, em vez só de petróleo, cujas reservas podem ficar escassas e mais caras, culturas como mamona, amendoim, soja, colza, dendê, girassol, etc podem fazer funcionar geradores, máquinas e veículos.
O Biodiesel, que possui níveis de concentração de enxofre, materiais particulados, gás carbônico e outros poluentes em menor teor que o diesel de petróleo, tem sido realidade nos transportes coletivos, mesmo que em escala ainda modesta pelo potencial de produção do país.
As misturas do combustível ao diesel convencional têm se tornado cada vez maiores e melhores.
Pelo menos é o que garantem os fabricantes, tanto do combustível como de veículos.
Na Rio +20, a Mercedes Benz anunciou que todos os testes realizados com a fonte de energia a combustão mais limpa indicam que o uso de 20% de mistura ao diesel de petróleo, B 20, é possível nos motores de ônibus e caminhões da marca, inclusive os mais antigos, sem necessidade de alteração nos veículos. Os resultados de emissão de poluentes, no entanto, podem variar de acordo com o ano do motor.
A anúncio foi feito durante evento da Ubrabio – União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene no seminário GBEP (Global Bioenergy Partnership), “fórum internacional de diálogo que busca apoiar a formulação de políticas públicas para maior utilização sustentável da bioenergia”, segundo nota da Mercedes Benz.
A eficiência e o desempenho dos veículos são mantidos em relação ao uso apenas do diesel de petróleo com redução no consumo, de acordo com a fabricante.
A Mercedes Benz afirma ter realizado testes percorrendo mais de 2 milhões e 200 mil quilômetros com a mistura B 20, 20% de biodiesel e 80% de diesel tradicional em ônibus urbanos, com resultados satisfatórios.
Até agora, a mistura mais comum é de 5% de biodiesel – B 5. No entanto, alguns ônibus no Brasil, como articulados e biarticulados de Curitiba já operam com 100% de Biodiesel, B 100, usado em motores de diversas marcas.

USO NOS PADRÕES EURO V.

Desde janeiro deste ano, está em vigor a fase 7 do Programa Nacional de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores, Proconve, do Conama, Conselho Nacional do Meio Ambiente, com base nos padrões das normas Euro V.
Mais avançados tecnologicamente, porém mais caros, o que explica em parte a queda do volume de produção de ônibus e caminhões no Brasil neste primeiro semestre, os motores, abastecidos com diesel S 50 (com menor teor de enxofre), chegam a emitir 60% menos óxidos de nitrogênio NOx, substância cancerígena, e 80% menos materiais particulados.
Sendo assim, mesmo abastecidos só com diesel de petróleo, os ônibus e caminhões atuais já são ecologicamente menos agressivos.
Com a mistura de biodiesel, os ganhos ambientais são ampliados e as reduções de materiais particulados, por exemplo, podem ser até 35% maiores ainda.
Especialistas não consideram o biodiesel ainda a fonte de energia mais perfeita. A produção de biodiesel gera glicerina cuja queima produz acroleína, que é uma substância nociva.
Além disso, a produção de matéria – prima deve ser acompanhada para que as culturas não invadam áreas de preservação nativas.
Mas, a redução de poluentes que o biodiesel em veículos pesados pode gerar não deve ser desprezada. Além de ser uma forma de preservação ambiental, a cultura de matéria para o biodiesel pode trazer impactos econômicos interessantes com a inclusão e aumento de renda das pessoas no setor agrícola.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Roberto SP disse:

    Pra começar quero mais uma vez parabenizar a iniciativa e a parceria do blog e Canal do ônibus, confesso que de todas as noticias que tenho acompanhado sobre a Rio + 20 essa matéria é a melhor, bem didática e esclarecedora sobre os principais pontos do evento, estou indicando á amigos e conhecidos meus que são professores usa-la nas salas de aula. Por outro lado vemos que algumas coisas ainda não mudaram, por exemplo a mesqunhez dos chamados países ricos que não abrem mão do “seu progresso” em favor de causas comuns, ou seja, o mundo precisa diminuir a poluição, e os caras continuam olhando apenas para o próprio umbigo. O Brasil por sua vez também comete seus pecados no plano político e economico, vejamos por exemplo a ultima medida de se diminuir o IPI dos carros, isso vai acarretar na diminuição da qualidade de vida nas grandes cidades por causa não só da poluição, mas pelo aumento do número de carros nas ruas, penso que perde-se uma grande oportunidade nesse momento de não colocar na agenda politica e econômica o incentivo ao transporte publico de qualidade, sobretudo ônibus. Mas o bom de tudo isso é ver por exemplo os veículos ou melhor os ônibus apresentados com tecnologias nossas, vejamos com bons olhos os ônibus híbridos, a etanol, biodiesel apresentado, e como oi dito numa matéria anterior “O Brasil deu um show de tecnologia nesse evento” resta agora nossos governantes acreditarem e investir pra valer nisso, Curitiba como sempre saiu na frente.; Forte abraço

  2. Obrigado Roberto pelo prestígio e divulgação do Blog, que é muito importante para nosso trabalho ter sentido.
    O que essa Rio +20 deixou claro é o seguinte: a sociedade civil, desde lutadores individuais até grande centros de pesquisa e indústrias, apresentam suas propostas e soluções. Algumas com interesse econômico???? sim e qual o problema ??? Afinal, é isso que é economia sustentável: gerar riqueza e prosperidade sem impactar o meio ambiente.
    Mas quando os compromissos são dos gestotres de políticas públicas, aí vemos que as coisas não vão para sempre. E são várias as razões, entre elas:
    1) ELES AGEM MAIS COMO POLÍTICOS QUE COMO GESTORES: E aí tentam agradar a todos, para angariar a maiior parte dos apoios. E aí, não dá para fazer muita coisa mesmo, pois para atender as interesses de uns, deve haver um equilíbrio, assim, outros seriam desapontados. Assim, há seculos vivemos em políticas de meio termo.
    2) COMODISMO DO ESTADO: A maiioria de quem está no poder é contaminado por este comodismo que se expressa pela pouca cobrança de resultados (nem se comparava a cobrança na iniciativa privada), às estabilidades de emprego em alguns países, como o nosso, e por outras regalias.
    3) MANUTENÇÃO DA ATUAL SITUAÇÃO: Mesmo que o enriquecimento de algumas naçõe seja de interesse do mundo dito desenvolvido, pois miséria total implicaria perda de compercio e outtras relações globais, os ricos querem continuar sendo ricos e para isso, os pobres dessa forma, mesmo que com uma certa prosperidade a mais,

    A RIO +20 PROVOU QUE OS PROBLEMAS CULTURAIS SOBRE PODER QUE TANTO DISCUTIMOS NO BRASIL, NA VERDADE FAZEM PARTE DE UMA ESTRUTURA

  3. leonardo-pe disse:

    agora se percebe mais nitidamente q essa mudança da Euro 3 para a Euro 5,foi mais catastrófica do q se pensa!mas,é impressionante as revistas”especializadas”como a Transporte Mundial q simplesmente,ignoram esse fato!é a”notícia seletiva”.sobre o B 20,se isso for verdade,quem vai gostar disso são os donos dos caminhões de 1986/87/88/89…!

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