Queda nas exportações de ônibus está acima do esperado
Publicado em: 29 de maio de 2012
Exportações de ônibus pelo ABC Paulista caem 28% e BNDES firma contrato para a venda dos veículos na África e América Latina
Crise na Europa e instabilidades no câmbio são os principais motivos para a redução dos embarques de ônibus
ADAMO BAZANI – CBN
Não! Desta vez não culpe o Euro V pelo fracasso de vendas de ônibus em 2012.
A queda de 28% no total de exportações de ônibus produzidos pela Mercedes Benz e Scania nas plantas de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, nada tem a ver com a mudança de tecnologia que segue os padrões Euro V de redução de emissão de poluentes, dentro da fase P 7 do Programa Nacional de Controle de Emissão de Poluentes – Proconve.
Os ônibus fabricados neste ano estão menos poluidores, porém mais caros o que fez com que no ano passado, os donos de frota corressem para antecipar as renovações de seus veículos e aproveitassem as últimas unidades com tecnologia baseada nas normas Euro III e que eram entre 10% e 15% mais baratos.
A culpa agora é da Grécia….. Grécia, Espanha, zona do Euro, sinal de alerta nos Estados Unidos e também da política cambial.
O primeiro quadritrimestre deste ano foi desastroso em relação às exportações que até então vinham sendo vistas como tábuas de salvação para a indústria de ônibus que, no Brasil, não deve conseguir os mesmos êxitos de 2011.
Embora, diga-se uma verdade: o ano de 2011 não foi normal. Ele foi aquecido de forma significativa por conta das renovações antecipadas e a indústria sabia que 2012 não seria um oásis. Além disso, a indústria obviamente fez um “caixa” das vendas a mais.
Quanto às exportações, a indústria também sabia que os fantasmas cambiais e do Velho Continente iam assustar, mas nem tanto.
Os números são decepcionantes.
Essa queda de 28% nas exportações de ônibus a partir de São Bernardo do Campo significa um grande peso para a cidade. Os chassis de ônibus representam 10% da pauta de exportações do polo automotivo do ABC.
Já a queda na venda de caminhões para outros países também foi expressiva na região: 14%.
Os principais mercados dos veículos pesados do ABC são o México, com queda de 9%, Estados Unidos, com retração de 14% e Alemanha com 14% menos de vendas.
O ABC Paulista como um todo foi afetado pela baixa nas vendas para o exterior: a queda global foi de 8% entre janeiro e abril deste ano em comparação a igual período de 2011.
As vendas para os estrangeiros entre janeiro e abril do ano passado somaram US$ 2 bilhões 192 milhões 407 mil enquanto este ano, no mesmo intervalo, foram de US$ 2 bilhões 11 milhões 585 mil.
As taxas de câmbio deixam o ônibus brasileiro (e qualquer outro produto nacional) mais caro no exterior.
O real valorizado interfere na competitividade do produto brasileiro. Os compradores precisam de mais dólares para adquirirem os mesmos bens nacionais.
A atual queda do real frente ao dólar é vista como positiva pela indústria, mas em partes.
Isso porque os reflexos de uma desvalorização cambial demoram a ser sentidos e outro motivo é que as taxas de câmbio variam muito.
Não há garantia para pensar no médio prazo. Hoje o real pode estar se desvalorizando e amanhã recuperar os patamares antigos.
BNDES FIRMA PARCERIA COM MAIS UM BANCO PARA EXPORTAÇÃO DE ÔNIBUS
O BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social anunciou que firmou parceria com o Bradesco para oferecer a linha Exim Automático.
A linha de crédito é de até US$ 200 milhões e será repassada por agências internacionais do Bradesco para compradores externos que optarem pelos produtos brasileiros no setor de bens de capital: máquinas e implementos agrícolas, máquinas e equipamentos industriais, máquinas rodoviárias, geradores, transformadores, produtos de telecomunicações, caminhões e ônibus.
O Bradesco deve atuar com esta linha no continente africano e em países da América Latina.
O BNDES Exim Automático existe desde 2010 e operando com 30 instituições já financiou desde então US$ 1,4 bilhão.
Os bancos assumem os riscos de seus clientes onde eles têm agentes em outros países. O empréstimo é concedido às empresas brasileiras que vão exportar após os produtos serem embarcados. Os exportadores recebem à vista e em reais.
Os prazos para o pagamento dos empréstimos são de até cinco anos.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
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mas isso era esperado.nem as eleições irão salvar esse terrivel 2012 para as montadoras de caminhões e onibus.estamos pagando e muito caro pelo”pulo do gato”(da Euro 3 para a Euro 5)!
Adamo, O governo de SP, tem um plano de trocar toda frota de onibus até 2018 para onibus não poluentes, mas pelo que conheço deste governo, com certeza isto so deve e se acontecer so a partir de 2018, então as empresas não tem intere-se em substituir os velhos e poluentes onibus atuais, neste momento, então durante os proximos 5 ou 6 anos vamos andar nas sucatas atuais, minha pergunta um governo que em 8 anos não conseguiu substituir 100 onibus eletricos, como pretende substituir 15 mil onibus em 6 anos?, já não deveriam começar as mundanças neste momento até pelo momento economico em que vivemos.