Nova Iorque opera transporte coletivo com jardineira

Biobus

Ônibus com jardim no teto. A ideia é de um designer da Universidade de Nova Iorque. Com jardins nos telhados, os veículos de transporte coletivo ajudariam no embelezamento urbano, na absorção do gás carbônico, redução geral da poluição e melhor aproveitamento da água da chuva. O projetista autor da ideia, Marco Antônio Cocio diz que o jardim não aumenta de forma relevante o peso do ônibus, não necessitando de alterações no veículo.

BioBus, um ônibus que é realmente é uma jardineira
Projeto é de designer em Nova Iorque e visa melhorar a estética urbana além das condições do ar
ADAMO BAZANI – CBN
Muita gente que acompanha a história dos transportes já ouviu falar das jardineiras. Eram carrocerias rústicas, feitas de madeira, normalmente com as laterais abertas, implantadas sobre chassis de caminhão para transporte de passageiros. Aliás, a frente era a mesma do caminhão que tinha sua estrutura mudada a partir da cabine.
A origem do nome jardineira para estes veículos tem várias versões. Uma pela estética dos ônibus, quadrados com aberturas laterais que pareciam os vasos compridos que ficavam nas sacadas. Outra dá conta que entre os anos de 1920 e 1940, quando estes veículos rodavam pelo Brasil afora, antes da profissionalização da indústria de carrocerias de ônibus no País, diversas senhoras que viajavam usavam chapéus floridos. Era moda na época. Assim, quando estavam cheios de mulheres, estes ônibus pareciam jardineiras de tanta flor nos chapéus.
Bem, na verdade não se sabe de forma precisa o motivo pelo qual esses ônibus eram chamados de jardineira. Mas com certeza não era por causa do apelo ecológico. Os motores em sua maioria eram a gasolina. Na época não havia legislação ambiental, como as normas Euro, por exemplo e o veículo soltava muita fumaça preta.
Mas hoje, em Nova Iorque, roda uma jardineira de fato!
Trata-se do BioBus, um ônibus que faz serviços urbanos normais, mas que em seu teto possui um jardim com diversos tipos de plantas e flores.
A ideia é do projetista Marco Antônio Carlos Cocio e faz parte de usa tese de graduação da Universidade de Nova Iorque.
Segundo ele, os ônibus com jardins no teto podem trazer várias vantagens para uma cidade.
O custo de implantação é baixo, há um embelezamento do espaço urbano, as plantas capturam o gás carbônico, inclusive o emitido pelo próprio ônibus em circulação e os benefícios ambientais não ficam restritos a uma área, mas se espalham pela cidade.
Parte da água da chuva é melhor aproveitada e para os passageiros há o benefício do isolamento térmico e acústico.
O designer diz que não há aumento significativo de peso que obrigue mudança na estrutura do ônibus que pode comportar o jardim.
Nova Iorque possui 4 mil 500 ônibus municipais. Se em cada um deles tivesse o jardim no teto, pelos cálculos de Marco Antônio, a cidade ganharia sem a necessidade de alterar o espaço urbano, cerca de 35 acres de área verde. Cada acre equivale a aproximadamente a 4 mil 46 metros quadrados.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Comentários

Comentários

  1. Roberto ZUlkiewicz disse:

    Adamo,
    Achei uma idéia bem legal, porém, concordo em termos. O peso aumenta sim e no mínimo 2 ton.. Quando chove, esse peso por crescer pelo menos 25%.
    Abs

    Roberto Zulkiewicz

  2. André disse:

    Essas questões ambientais ja estão tornando as pessoas neuróticas! O que embeleza o espaço urbano é o cultivo de vegetais (árvore, gramado e flores) nas calçadas e canteiro central. Arte gráfica, tipo grafite nas paredes e até calçadas, também são excelentes e podem até ser combinada com as árvores, dependendo da criatividade do artista. Outra alternativa é reduzir ao máximo possível a frota de carros, o que reflete positivamente nos congestionamentos e na poluição. Um biarticulado substitui 270 carros, portanto essa quantidade de motores – considerando a capacidade de transporte e não o tamanho do ônibus em relação ao carro. Ja que se falou em custo de implantação, use esse recurso em trólebus e corredores segregados de ônibus, isso ninguém fala!!!!
    Do geito que o “designer” argumenta, o único culpado pelos problemas ambientais são os ônibus. Quer dizer que se enfeitar os 4.500 ônibus novaiorquinos soluciona “geral” a poluição e a feiura da cidade? Os ônibus podiam canalizar e filtrar água da chuva para o próprio funcionamento.
    Os carros entopem as vias, poluem também, as motos tem sua contribuição, os caminhões não ficam atrás e é só cuidar para que os ônibus pareçam jardins ambulantes para melhorar a cidade? PALHAÇADA!!!
    Como eliminar esse estigma aplicado á esse tipo de transporte sendo que ele é sempre apontado como o principal vilão do meio ambiente? Não muda essa cultura negativada dos ônibus.

  3. Realmente amigos. Não significa que porque eu postei eu concorde com a ideia ou a informação. Mas é uma notícia e uma curiosidade interessante.
    Não acredito que a ideia seja viável. Mas pode ser adaptada e é uma iniciativa.
    Mas que os recursos poderiam ser usados de outra forma, poderiam sim. Inclusive com a modrnização dos ônibus, o que reduz mesmo o meio ambiente.

  4. Luiz Vilela disse:

    Concordo com Roberto Zulkiewicz: resultado final dificilmente seria bom.

    Fiquei curioso em saber como NY organiza estes 4500 ônibus com seus metroferroviários, carros e bicicletas. E como se paga tarifas dos ônibus.

    Até onde sei lá não existe rodízio ou pedágio urbano, mas muitos metroferroviários cruzam os rios e canais. Será que rola o mesmo “cada-um-por-si” daqui?!

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