VLT DE CUIABÁ DEVERIA SER DESVINCULADO DA COPA

vlt

O VLT entre Várzea Grande e Campo Grande, no Mato Grosso, é recheado de polêmicas e dúvidas ainda não esclarecidas. Depois de ser escolhido no lugar de um corredor de ônibus, cujo tempo e custo de implantação seriam bem menores e de haver suspeitas de irregularidades e fraudes na escolha do modal, que contribuíram para a queda do então Ministro das Cidades, Mário Negromonte, especialistas temem pela qualidade das obras, questões jurídicas e até excesso de benefícios a grupos privados pelo fato de uma intervenção tão complexa e demorada ter de ser entregue a toque de taxa num tempo que normalmente é bem inferior ao necessário para se construir de forma segura e eficiente um Veículo Leve sobre Trilhos. Foto ilustrativa.

VLT de Cuiabá deveria ser desvinculado da Copa do Mundo
Especialistas temem que pelo prazo apertado haja problemas nas obras e na concepção dos projetos

ADAMO BAZANI – CBN

O VLT – Veículo Leve sobre Trilhos – do Mato Grosso, que deve ligar Várzea Grande a Cuiabá, como projeto principal do Estado para a Mobilidade continua levantando polêmica.
Depois de sua escolha ter sido feita ainda com muitas dúvidas pendentes sobre sua real necessidade (o projeto inicial era um BRT – corredor de ônibus – ao custo de R$ 500 milhões, enquanto para o mesmo trajeto o VLT deve consumir R$ 1,2 bilhão) e de suspeita de fraude envolvendo o Ministério das Cidades para que o VLT fosse eleito, contribuindo para a queda do então Ministro Mário Negromonte, mais incógnitas surgem em relação ao projeto.
Frente ao tempo mais longo para a implantação de um VLT (quatro vezes mais tempo que a construção de um corredor de ônibus do mesmo nível) e pela maior complexidade das obras, não seria arriscado demais para o dinheiro público e qualidade dos serviços tentar a toque de caixa deixar o projeto pronto até a Copa do Mundo? Ou seja, não pode haver erros nas obras, falta de planejamento mais profundo e até custos maiores beneficiando exclusivamente a iniciativa privada? Uma obra que demoraria 04 anos no ritmo e qualidade normais pode ser prejudicada se for feita às pressas em 02 anos?
Foram estes alguns dos questionamentos feitos em audiência da Associação Brasileira de Engenheiros Civis – Abenc, na sub-sede de Mato Grosso.
O Portal Cenário MT e o Diário de Cuiabá fizeram a cobertura da reunião e o BLOG PONTO DE ÔNIBUS REPRODUZ:

“ VLT NÃO É URGENTE, DIZ ENGENHEIRO.

Desvincular o VLT da Copa de 2014, permitindo um cronograma menos apertado, e licitar as obras sem o emprego do Regime Diferenciado de Contratação (RDC).

As propostas foram defendidas na quinta-feira dia 16 de fevereiro pela seccional mato-grossense da Abenc (Associação Brasileira dos Engenheiros Civis), na audiência pública realizada pela Secopa na UFMT.

“Por que contratar pelo RDC se o modal não irá passar nem perto do Verdão? Qual é a urgência para se fazer um projeto complexo como esse?”, disse o engenheiro Archimedes Pereira Lima, da Abenc-MT.

Pelo RDC, segundo o engenheiro, projeto e execução ficarão a cargo do grupo vencedor da licitação.

“Os vencedores da licitação vão decidir quanto irão receber e vão fazer o projeto adequado aos seus interesses empresariais. É isso que queremos evitar”, disse.

O vereador Edivá Alves (PSD) disse que a tentativa de terminar a obra até 2014 poderá deixar o projeto vulnerável a questionamentos judiciais.

“Virão processos e entraves e corremos o risco de abrir uma obra e não terminar”, disse.

Segundo ele, o Estado está “bancando a obra” e pode determinar seu ritmo. “Desvincular o VLT da Copa vai permitir tocar a obra no tempo ideal ”

EMPRESAS INTERESSADAS JÁ PODEM APRESENTAR PROPOSTAS:

O Governo do Mato Grosso finalizaou o edital para possíveis empresas interessadas nas obras e na operação do Veículo apresentarem propostas.
O edital deve constar no Diário Oficial do Estado nesta quarta-feira, dia 22 de fevereiro, após o feriado de Carnaval.
Por fazer parte do RDC – Regime Diferenciado de Contratação, o grupo vencedor poderá ter autorização para o início das obras depois de 60 dias do prazo final para a apresentação de todas as propostas. As obras devem levar 24 meses para serem concluídas, bem em cima da data do início da Copa do Mundo, que vai de 12 de junho a 13 de julho de 2014.
Se houver qualquer problema nas obras ou de ordem jurídica, como não descarta a Associação Brasileira dos Engenheiros Civis, devido ao tipo de modal de transporte e a complexidade da intervenção, há risco de ela não ficar pronta até a Copa.
Por isso, a entidade acredita que o VLT de Cuiabá, como é chamado, deva ficar de fora do Regime Diferenciado de Contratação.
É uma obra que vai gozar de benefícios e pode não ter o retorno no tempo esperado.
O VLT deve ter 22,2 quilômetros e 33 paradas, contanto com três terminais de integração. Para a implantação do VLT será necessário construir também: 5 viadutos, 3 trincheiras e 3 pontes.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
Entrevistas e texto intermediário: Cenário MT – Diário de Cuiabá.

Comentários

Comentários

  1. leonardo-pe disse:

    no caso seria”toque de Caixa”.não era pra ter essa copa aqui no Brasil.e parece q 2014,não chega pra gente se livrar desse”escosto”!

  2. Pedro disse:

    Ah por favor, agora querem tirar nosso VLT aqui de Cuiaba, é brincadeira!!! Primeiro vao se informar onde fica Cuiabá, pois estao confudindo com Campo Grahde meu, por favor né, conta outra!!!

Deixe uma resposta

Descubra mais sobre Diário do Transporte

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue reading