Redução de trajeto de ônibus até o Butantã ainda divide opiniões

Estação Butantã

Estação Butantã da Linha 4 Amarela do Metrô. Dezessete linhas de ônibus intermunicipais que partiam da cidade de Osasco e região e tinham como destino a Pinheiros, na zona Oeste da Capital Paulista, e centro de São Paulo tiveram em outubro os itinerários encurtados até a estação Butantã da linha 04 Amarela do Metrô. Depois de 4 meses de alteração, a medida ainda divide opiniões de passageiros. Alguns acreditam que houve ganhos pela redução do tempo de viagem por conta de a continuação do trajeto ser feita com o metrô, que é mais rápido e totalmente imune ao trânsito. Outros reclamam do excesso de baldeações, da lotação do metrô que absorveu a demanda antes transportada pelos ônibus, e do fato de a falta de integração tarifária deixar os custos de deslocamento mais caros por causa da troca diária entre ônibus e metrô. Foto Nelson Antoine / Foto Arena /AE

Redução no itinerário de linhas de ônibus por conta do Metrô divide opiniões
Alguns usuários relatam diminuição no tempo de viagem, mas outros reclamam da superlotação na Linha 4 Amarela do Metrô e de gastos maiores com passagens
Desde outubro do ano passado, 17 linhas intermunicipais gerenciadas pela EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos- que vinham de Osasco, na Grande São Paulo, e região, para Pinheiros, na zona Oeste da Capital Paulista, ou mesmo para o centro da cidade, tiveram redução nos itinerários.
Todas agora têm ponto final na Estação Butantã da linha 04 Amarela do Metrô, que vai até a Estação da Luz, na região central da Capital Paulista.
Para não deixar os ônibus trafegando com poucos passageiros, em trajetos sobrepostos à linha do Metrô, os itinerários intermunicipais foram encurtados.
Para muitos passageiros, continuar viagem no metrô representou ganhos de tempo em direção a Pinheiros e ao centro da cidade. Afinal, os intervalos do metrô são menores, a velocidade é bem maior, sem contar que o usuário se livra do trânsito.
Mas a medida não agradou a todos. Cerca de quatro meses depois das alterações, muitos passageiros reclamam da lotação do metrô que absorveu a demanda dos ônibus intermunicipais. As constantes trocas de condução também são alvo de queixas, a exemplo dos custos maiores que alguns usuários têm por pagarem mais de uma passagem ao desembarcarem dos ônibus intermunicipais que não têm integração tarifária.
O grupo Portal da Comunicação abordou e traz os seguintes relatos:

A Linha 4 – Amarela do Metrô proporcionou economia de tempo aos usuários, mas o desvio de itinerários dos ônibus que trafegam pela região de Pinheiros, na zona Oeste da Capital, já ocasiona a superlotação do sistema.

A mudança que a SPTrans realizou em algumas linhas do transporte público no final no início do ano está causando polêmica entre passageiros do Metrô e dos ônibus que circulam pela região de Pinheiros. Ao todo, foram alterados 17 itinerários de coletivos de que trafegam na zona Oeste de São Paulo. Foram extintas diversas linhas que antes seguiam para o terminal Bandeira ou ao Metrô Anhangabaú, no centro da cidade. Com a falta desse tipo de transporte, a maioria dos usuários migrou para a Linha Amarela, causando superlotação em várias estações nos horários de pico.

Márcia Brandão mora na zona Leste da cidade e trabalha na consultoria de comunicação LINK Portal, localizada em Pinheiros. Ela informa que a Linha 4 – Amarela ajudou a diminuir o tempo nas conduções. \”Com o novo Metrô, economizo pelo menos 1 hora no trajeto ao trabalho. Antes, quando dependia dos ônibus que pegava próximo da estação Anhangabaú, eu levava até uma hora em dias chuvosos para chegar em Pinheiros. Minha alegria, porém durou pouco, pois hoje sofro com a superlotação!\”, exclama.

Apesar de enxergar muitos aspectos positivos com a operação do Metrô na região, Márcia mostra preocupação com a mudança das rotas de ônibus pela SPTrans. Ela diz que, ao ir para casa, algumas vezes, o Metrô apresenta problemas técnicos que inviabilizam o funcionamento eficiente do transporte. Problemas elétricos, por exemplo, tem acontecido com mais frequência nessa linha e levam tempo para serem solucionados. \”Se não consigo utilizar o Metrô para retornar para casa, tenho que pegar um ônibus até o Anhangabaú. Se com as linhas de ônibus antigas já havia demora e superlotação, imagine agora com a diminuição das linhas?\”, indaga Márcia.

Outra profissional da LINK Portal da Comunicação – Elaine Pereira – também mora do outro lado da cidade, em São Miguel Paulista, na zona Leste e usufrui da Linha Amarela do Metrô. \”Com menos ônibus para transportar cidadãos ao centro da cidade, presumo que mais pessoas utilizem o Metrô para fazer a viagem, por isso a nova linha já está saturada\”, garante. Para Elaine a situação é muito preocupante porque, segundo ela, \”a linha que já é cheia nos horários de pico, sem a complementação do transporte, por via terrestre, está ainda mais lotada\”, reclama.

Mais desgastante é a situação de Bruna Flores, estagiária na mesma empresa. Ela sai todos os dias de São Bernardo do Campo, na Grande SP. Usa a Linha Verde do Metrô e faz transbordo para a Linha Amarela no ramal Paulista, mais precisamente na estação Consolação. \”As pessoas parecem robôs enfileirados na pista rolante no acesso entre as duas conexões. Há pouco espaço para tanta gente junta. Agora sei precisamente o significado da frase \’sardinha em lata\’. Ainda não me acostumei. Já chego ao trabalho cansada\”, revela.

Além delas, outra reclamante é Clarice Pereira, usuária do transporte intermunicipal. Todas as vezes que visita a mãe, na cidade de Osasco (SP), ela, que é moradora do bairro de Pinheiros, precisa trocar de coletivos, quatro vezes para chegar ao destino.

\”Antes eu pegava um intermunicipal atrás da igreja do Largo de Pinheiros e descia na porta da casa de minha mãe, em trinta e cinco minutos. Só que agora, esse ônibus para na estação Butantã do Metrô, muito longe para ir a pé. Então tenho que pegar o Metrô na Faria Lima, andar duas estações para embarcar no ponto final do coletivo intermunicipal. Mas como ele circula apenas de hora em hora, é menos ruim descer uma estação antes, em Pinheiros, e lá fazer o transbordo para a CPTM até Osasco. Nessa estação tenho que pegar outro trem até a estação Comandante Sampaio, no ramal que vai para Itapevi, e depois ainda pegar um ônibus municipal até o bairro de minha mãe\”, enumera Clarice.

Ela reclama que não apenas as múltiplas integrações são cansativas, como também duplicou o tempo de viagem e o valor das passagens. \”Hoje levo mais de uma hora no trajeto e ainda sou obrigada a gastar R$ 5,90 por percurso. Com o intermunicipal eu pagava apenas R$ 3,50 a passagem\”.

Entre tantas reclamações, também há aqueles que se sentem beneficiados pela facilidade de integração da linha Amarela do Metrô com os trens da CPTM. Uma delas é Ágatha Barbosa. Ela mora na zona Sul de São Paulo. Antes da opção pelo Metrô, ela levava duas horas e meia para chegar ao trabalho. Com as novas estações integradas, Ágatha economiza uma hora no percurso. \”Não preciso ficar esperando ônibus na avenida Faria Lima e como ando apenas uma estação, da Faria Lima até Pinheiros, para pegar o trem não pego transporte tão lotado\”. Para ela, a integração do transporte poupa tempo, estresse e sufoco.
Texto inicial: Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
Matéria: Portal da Comunicação

Comentários

Comentários

  1. Luiz Vilela disse:

    Questão muito importante porque as muitas linhas de ônibus que repetiam e as várias que ainda repetem trechos da Metrô 4 só geram congestionamento; não andam. Vários pontos de ônibus mal posicionados, desconfortáveis e perigosos continuam lá, mesmo com a operação do Terminal de Ônibus.

    Superlotação na 4 deveria ser melhor averiguada. Já usei a Butantã várias vezes no pico da manhã e da tarde após Luz e República operantes e só vi superlotação na compra de bilhetes: só há 2 (!) atendentes. Como o Terminal de Ônibus da Metrô/CPTM Pinheiros nunca fica pronto e a estação – esta sim – está congestionada, tudo indica que precisa de mais acessos, escadas, elevadores. Bem difícil acreditar na estimativa da SMT que a Metrô 5 vai aliviá-la, ainda mais só daqui a 3 anos.

    Já a integração da 2 com a 4 não só vive lotada como as esteiras perecem ficar mais paradas que funcionando.

    Incrível como prefeitura e governo continuam enrolando para resolver integrações tarifárias. Este parece ser o problema consistente destas queixas de redução de ônibus na Butantã.

  2. PauloZ disse:

    Eu não entendo como um órgão técnico chega a explicar uma decisão com a frase:
    “Para não deixar os ônibus trafegando com poucos passageiros, em trajetos sobrepostos à linha do Metrô, os itinerários intermunicipais foram encurtados”.
    Sob este argumento acima seriam suprimidas todas as (relativamente poucas) linhas de ônibus de Paris e muitas das linhas de ônibus em Londres.
    É desanimador!

  3. Roberto SP disse:

    Hoje o meu comentário vai ser um relato sobre essas mudanças das linhas de ônibus em função da linha 4 mais especificamente Metrô Butantã. O bairro onde eu resido era atendido por duas linhas de microônibus da CooperAlfa e Unicoopers, as linhas eram a 7002-31 Hospital das Clinicas/ Jardim Rosa Maria (Via Mandioquinha) e a 7001-10 Jardim Guaraú/Terminal Amaral Gurgel, a linha 7002-31 foi substituída pela 8025-10- Jardim Rosa Maria/Metrô/ Butantã ( via Mandioquinha) e 7073-10 Jardim Guaraú/ Metrô Butantã ( via Eliseu de Almeida) o primeiro impácto sentido pela população do bairro além da diminuição do trajeto foi a diminuição do número de ônibus e partidas, isto acarreta muito nos horários noturnos que não há opção devido ao numero reduzido de ônibus as pessoas tem que descer no Km15 da Raposo e andar cerca de 500m a 1km para chegar até o bairro, Jardim Raposo Tavares, isto ocorre porque a cooperativa não tem mais interesses nas linhas devido a redução dos trajetos, nos horários normais temos somente a opção de integrar com bilhete único as linhas que circulam pela Raposo Tavares ou mesmo caminhar até ela para embarcar num ônibus, segundo um funcionário da CooperAlfa a linha 8025-10 tem apenas 06 ônibus ou melhor micro ônibus e nos horários de demanda acrescenta mais um ficando num total de 7, a noite após as 22hs os veiculos desaparecem da linha.A linha 7002-10 Jardim Rosa Maria/ Hospital das Clinicas (via Jaquelline) não atende os moradores do Jardim Raposo devido o seu trajeto utilizar vias do lado oposto do bairro. Estamos empermanente contato com a SPtrans e Coopertiva, porém a má vontade e péssimo atendimento impera. Não temos nada contra algumas mudanças, mas ocorre que o poder público leia-se SPtrans/SMT/Prefeitura decidem as coisas do jeito que querem, não há de fato uma consulta á população dos bairros através de seus representantes e mesmo moradores. Enfim espero que esse relato ajude os amigos entenderem como funciona essas mudanças para quem sente no dia a dia, assim como espero que ajude melhor compreender a situação, o mais desleal é o fato de as vezes pessoas que não utilizam o metrô serem forçadas e pior ainda é quando uma pessoa não tem BU e apenas os R$3,00 ai se vira meu. é assim que o poder publico trata a população. Forte abraço.

    1. PauloZ disse:

      Viva o testemunho. Minha solidariedade.
      Os burocratas nunca entenderão as necessidades do passageiro. Infelizmente.
      Abraço.

  4. Luiz Vilela disse:

    Fica bastante claro que MUITA coisa pode melhorar na Butantã, adjacências e nas linhas de ônibus que a acessam ou passam por ela.
    Para bem do usuário e TAMBÉM das cias. de ônibus.
    EMTU, SPTRANS e SMT sinalizam ficar meio à margem da situação. Olhando pra ver a nova linha de Metrô provocar ajustes “automáticos” e por vezes contundentes que, como se vê neste importante post, mexem com muita gente, podendo causar prejuízos.
    Acredito que as empresas públicas precisem assumir bem mais seus papéis. Elas disparam (poucas) e possuem as (insuficientes) pesquisas e são responsáveis pela rede; elas têm esta função.

  5. Luiz Vilela disse:

    Só para contabilizar:
    Acabo de pessar exatos 85 MINUTOS desde a saída do ônibus do Terminal de Cotia até parar no ponto da Estação Butantã.

    A linha? METRÔ BARRA FUNDA!! Alguém calcule quanto tempo o buzum deve ter levado até Metrô Barra Funda, colaborando com o entupimento das ruas.

    Em certas situações não cabem opiniões divididas, é exigido AÇÃO!!

  6. O MEU QUEM QUISER PEGA A LINHA 6250/10OU 775P/10 TEM CONDUCAO PARA O PESSOAL QUE MORA NO PARQUE RAPOSO SEM USAR A LINHA 7002 QUE FOI MEXIDA PELA SPTRANS MEU VAMOS USAR O ONIBUS NAO O MICRO ATE MAIS

  7. maria do carmo teodoro disse:

    eu moro em osasco dependo do onibus que vai pra pinheiros pra trabalhar em moema so que com esta mudança de onibus pegar cicular esta atrasando muita minha viagenpra o trabalho por favor fassa alguma coisa pra melhorar a vida da gente

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