Mário Negromonte fora do Ministério das Cidades.

Mário Negromonte

Mário Negromonte teve o nome envolvido em várias polêmicas. O Ministério das Cidades é responsável, entre outras atribuições, a acompanhar as verbas e obras de transportes para os municípios que vão sediar a Copa do Mundo de 2014. E foi justamente uma das intervenções de mobilidade que mais desgastou a imagem de Negromonte. Há suspeitas de que a mudança de projeto de corredor de ônibus para VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, no Mato Grosso, tenha sido feita por fraude em estudos que apontavam os ônibus como melhores opções. A troca fez com que a obra passasse de R$ 500 milhões para R$ 1,2 bilhão. Reprodução O Estado de São Paulo.

Ministro responsável por obras de mobilidade deve pedir demissão do cargo
Mário Negromonte é acusado de conivência em suposta fraude que trocou projeto de ônibus por VLT em Cuiabá e de “mensalinho” para ter apoio dentro do partido

ADAMO BAZANI – CBN

A dois anos da realização da Copa do Mundo de 2014 e se aproximando a Olimpíada de 2016, uma crise no Ministério das Cidades, responsável pela liberação de verbas e acompanhando de projetos voltados às obras de transportes, para preparar as cidades que vão sediar o evento.
De acordo com interlocutores do PP – Partido Progressista, o ministro Mário Negromonte preparou uma carta de demissão a ser entregue à presidente Dilma Rousseff, nesta quinat-feira, dia 02 de fevereiro de 2012.
Ele alegou a parlamentares não ter mais condições “pessoais e políticas” de continuar na pasta.

POLÊMICAS:

Algumas polêmicas envolveram o nome de Negromonte no Ministério, em relação às obras de mobilidade.
A principal delas foi a preferência pelo VLT – Veículo Leve Sobre Trilhos, em Várzea Grande e Cuiabá, no Mato Grosso, em vez de o BRT – Bus Rapid Transit, corredores de ônibus.
Para o mesmo trajeto, o BRT iria custar cerca de R$ 500 milhões, com recursos já preparados pela Caixa Econômica Federal.
A escolha da mudança para o VLT – Veículo Leve Sobre Trilhos fez com que a obra tivesse os custos mais que dobrados, indo para R$ 1,2 bilhão.
Inicialmente, o Governo do Mato Grosso e Técnicos do Ministério das Cidades justificaram a mudança do projeto alegando que o VLT teria mais capacidade de transportes e maior velocidade, além de ser um tipo de transporte que não emite nenhuma poluição em sua operação.
Mas denúncias do jornal O Estado de São Paulo deram conta que os argumentos se basearam nos mesmos estudos que comprovavam a eficiência do corredor de ônibus. Estes estudos teriam sido alterados em prol do VLT.
De acordo com a denúncia, um documento de 16 páginas sobre o BRT foi trocado por um outro do mesmo tamanho e com o mesmo número de registro: 123/2011.
Este estudo de 16 páginas alterado em prol do VLT teria sido inserido irregularmente a partir da página 139 da matriz de responsabilidade da Copa do Mundo, publicado em 09 de novembro de 2011.
O técnico Higor Guerra tinha assinado um parecer contra o VLT alegando que a troca de projeto precisava de mais análises comparativas com o BRT.
Para o especialista, os prazos e os custos do VLT seriam incompatíveis sem maiores ônus aos cofres públicos.
O coordenador geral de infraestrutura da Copa do Mundo de 2014, do Ministério do Planejamento, Guilherme Ramalho, o chefe de gabinete de Negromonte no Ministério das Cidades, Cassio Peixoto, e a diretora de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Luiza Vianna, teria, ainda de acordo com esta denúncia, pressionado o técnico Higor Guerra a dar parecer favorável ao VLT.
Por achar que o Veículo Leve sobre Trilhos não seria a melhor opção para Cuiabá, devido aos altos custos e tempo maior para as obras, Higor Guerra pediu afastamento do cargo.
Apesar de o Ministério negar irregularidades e afirmar, junto com o Governo do Estado de Mato Grosso, que o VLT seria melhor para a população, as dúvidas sobre a substituição de um modal que estava praticamente para ter a construção iniciada, causaram desgastes no Ministério das Cidades e no chefe da pasta, Mário Negromonte.
No último dia 25 de janeiro de 2012, Cássio Peixoto foi demitdo.
Além deste episódio, a suspeita de um suposto “mensalinho” que Negromonte pagava para deputados de seu partido para ter apoio a projetos acabou afetando ainda mais a imagem de Negromonte. O montante supostamente pago aos companheiros de partido seria de R$ 30 mil mensais.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Comentários

Comentários

  1. JGCosta disse:

    A meu ver as pessoas do chamado poder continuam brincando com assuntos sérios que cada vez mais colocam a imagem do nosso país num poço de corrupção. Abraços!

  2. E o substituto de Negormonte já tem suspeita de favorecimento a parentes e aliados políticos em detrimento das reais necessidades de destinação de verbas.

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