História

CENTRO DE MEMÓRIA MARCOPOLO: Um presente que a história precisava

Centro de Memória Marcopolo

Ônibus na época que a Marcopolo ainda se chamava Nicola, nome da família fundadora da empresa. Nos anos de 1960 não havia nenhum integrante da família na companhia, que foi assumida por Pedro Paulo Bellini, que estava na empresa desde 1951, e por outros investidores. O nome Marcopolo surgiu pelo sucesso de um modelo chamado assim. Foto:Acervo Marcopolo

Marcopolo inaugura centro de documentação e memória
Objetivo é reunir o acervo da empresa que conta a história das cidades, da industrialização, do desenvolvimento do Sul do País e do Brasil como um todo e dos transportes

ADAMO BAZANI – CBN

Preservar a memória na verdade é fazer com que o futuro seja traçado de uma melhor forma.
Em tudo há memória. Na vida particular das pessoas, nos objetos, nas cidades e nas empresas.
As histórias de cada um destes agentes e de tantos outros nós se complementam e formam hoje o que é chamado de realidade atual.
Em algumas empresas há um pouco do DNA da história do País. São companhias que presenciaram e colaboraram nas transformações econômicas, políticas e sociais.
Uma destas companhias é a Marcopolo, encarroçadora com sede em Caxias do Sul.
A empresa surgiu no momento em que o Brasil começava a deixar de ser tipicamente rural, aos poucos, é claro, e quando a relação entre as cidades e a necessidade de deslocamento entre as pessoas se tornavam mais intensas.
A companhia foi fundada em 06 de agosto de 1949 pela família Nicola. O primeiro nome da encarroçadora foi Nicola & Cia.
Aos irmãos Nicola (Dorval, Doracy e Nelson), no ano de 1951, se uniu Pedro Paulo Bellini, na época com 22 anos de idade e visão de um futuro distante e promissor, mas que dependeria de muita criatividade e trabalho.
Em 1960, os Doracy e Nelson Nicola criaram uma reformadorada de ônibus, chamada Furcare, a qual se dedicaram. Em 1967, o último Nicola, Dorval, se juntara aos irmãos.
A Carrocerias Nicola não tinhamais nenhum Nicola em seu quadro, ficando majoritariamente sob o comando de Pedro Paulo Bellini.
Em 1968, foi lançado no VI Salão do Automóvel, o modelo Marcopolo: um verdadeiro sucesso, por contra de suas inovações estéticas, como maior área de envidraçamento, mais harmonia do desenho, janelas inclinadas, grandes faróis dianteiros redondos. O nome do modelo ficou mais expressivo que o nome da marca Nicola. Não houve dúvida, a Nicola passaria a se chamar Marcopolo. Antes foram pensados outros nomes para as empresa, como Carrocerias Bertioga.
Ônibus que marcaram a paisagem e a evolução de cidades de todo o País, métodos de trabalho que foram referência num setor tão presente na vida das pessoas e de uma simples fabricante de carrocerias de madeira a uma multinacional brasileira que colabora com a implantação de sistemas de transportes lógicos, de baixo custo para um bom número de pessoas atendidas, de forma compatível com a realidade econômica das cidades, sem exportação aos cofres públicos, o BRT – Bus Rapit Transit, corredores de ônibus de trânsito rápido dotados de estações de embarque e desembarque, acessibilidade e formas de respeito ao meio ambiente.
E para disponibilizar toda esta história, a Marcopolo criou um centro de documentação ememória com mais de 60 mil itens, com possibilidade de visita ao público. Confira nota da Marcopolo:

Centro Documentação Marcopolo

Ivoncy Ioschpe e Paulo Bellini descerram placa. Foto: Júlio Soares

Com a presença de Paulo e Mauro Bellini, presidente e vice-presidente do Conselho de Administração da Marcopolo, e demais membros do conselho de administração, a empresa inaugurou, no último dia 9 de dezembro, em sua unidade de Ana Rech, o Centro de Documentação Memória Marcopolo. O espaço foi concebido para preservar a história de uma das maiores companhias do segmento em nível mundial e conta a sua trajetória e também a formação do polo industrial de Caxias do Sul, um dos mais importantes e desenvolvidos do Brasil.

O Centro de Documentação Memória Marcopolo reúne mais de 60 mil itens e resgata, através de diferentes peças, como reportagens de jornais, documentos da empresa, fotos, vídeos, campanhas publicitárias, entre outras, os principais momentos da história de mais de 62 anos da fabricante caxiense. Para facilitar a compreensão das diversas fases da companhia, foram produzidos dois painéis cronológicos com textos e imagens.

Os visitantes também podem acompanhar uma linha do tempo por intermédio de uma tela interativa e personalizar a visita a partir da definição dos aspectos que mais chamam a atenção. Uma vitrine reúne as miniaturas de diversos modelos de ônibus produzidos pela Marcopolo ao longo de suas atividades, com destaque para os primeiros veículos Marcopolo do final da década de 60. Também estão expostos os troféus e prêmios recebidos pela empresa em reconhecimento ao seu desempenho no segmento de transporte e na comunidade.

Presente para a comunidade

Para o diretor do Conselho de Administração da Marcopolo e idealizador do projeto, Valter Pinto, o centro é um presente a todos os colaboradores da empresa e seus familiares, assim como para a comunidade de Caxias do Sul, além de historiadores e busólogos. “Preservar o passado é uma forma de homenagear todos os que fizeram parte de uma história e também de permitir que gerações futuras aprendam e se desenvolvam a partir de experiências já vivenciadas”, comenta.

Além do resgate e preservação do patrimônio documental e informativo da companhia, o centro conta com um completo banco de dados e tem o objetivo de disponibilizar informações relacionadas à evolução dos negócios, fornecer subsídios para ações presentes e futuras e atuar como meio de ligação entre a empresa e os públicos interno e externo.

Linha do tempo Marcopolo

Simultaneamente à inauguração do Centro de Documentação Memória Marcopolo, a empresa também lança um material impresso com a linha do tempo (Milestones) que conta, de maneira resumida, a história e os principais momentos dos seus 62 anos.

Como começou

O Centro de Documentação Memória Marcopolo surgiu a partir do Projeto 50 Anos da Marcopolo, em 1999. A maior preocupação era resgatar os documentos que poderiam contar a história da empresa. Em 2004, o trabalho do Projeto de Resgate Histórico foi retomado com o objetivo de, não apenas contar a história da empresa, mas organizar todo o seu acervo documental, disponibilizando informações de forma rápida e informatizada. Em 2007, o acervo foi padronizado por meio da implantação de um projeto de gestão documental e teve início o processo de sua organização, que hoje soma mais de 60 mil itens.

Acervo

O acervo do centro é constituído de documentos produzidos e recebidos pela empresa e catalogados em boletins informativos internos/externos; clippings/jornais; livros; revistas; certificados/diplomas; fotografias; slides/negativos/cromos; materiais publicitários; fitas K7/ VHS; cd’s/dvd’s; troféus/placas/medalhas/peças; kits/brindes; documentos textuais e documentos digitais.

Acesso ao público

O Centro de Documentação Memória Marcopolo funciona de terça a sexta-feiras, das 9h às 16h, e está aberto ao público em geral. Para grupos e escolas, com até 30 pessoas, é solicitado o agendamento prévio com 15 dias de antecedência, pelo telefone (54) 2101-4170 ou também pelo e-mail memoria@marcopolo.com.br.

Vale a pena a visita.

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Provavelmente estará lá a foto do Marcopolo Torino G4 Volvo B58 que a Pássaro Marron possuiu na série 2xx. Um dia ainda vou lá para procurar, hehe.

  2. Gustavo Cunha disse:

    Boa tarde.

    Uma bela iniciativa.

    É o retrato da bela influência, do ônibus, na história do brasil.

    Abçs.

  3. Rogerio Catelli disse:

    muito bom!!!…tava faltando.

  4. PauloZ disse:

    Uma das melhores informações que eu já li aqui!

    A ‘NICOLA’ no final dos anos 60 fabricava ônibus urbanos e rodoviários de alta qualidade apesar das inúmeras restrições que então sofria a indústria brasileira. A série MARCOPOLO, por exemplo, trouxe novidades e o MARCOPOLO III foi um marco.

    Que esta realização atenda a todos os interessados e traga frutos para esta grande empresa.

  5. Não vejo a hora de ter uima oportunidade e ir até lá.

    60 mil itens. Deve ter coisas ainda nunca revistas por nós que devem nos ensinar muito e despertar muita emoção

  6. Marcos Aurelio Roque
    E-mail: marquinhoccb@hotmail.com

    Endereço: Av. 27 de março, 56 Bairro: Vila Garcia- Votorantim-SP
    Telefone: (15) 33432169 – (15) 8800-0532 Data de Nascimento: 02/09/1969

    Formação Escolar: 1° Grau Completo

    Outros Cursos:
    Curso: vigilante
    Entidade: Academia de vigilantes
    Cidade: São Paulo
    Curso: Motorista Cidadão
    Curo: Inglês e Espanhol em transito
    Direção defenciva
    legislação de Transito
    1° socorros , meio ambiente convivio social
    Motorista Rodoviário Obrigatório no Rio de Janeiro
    Resolução Art. 168,
    Curso: Transporte coletivo.

    Formação Profissional :
    Empresa: Verdun Transportes S/A
    Função: Motorista Urbano
    Período: 07/05/2009 à 09/11/2011

    Empresa: Envitec Saniamento Ambiental
    Função: Ajudante Geral
    Período: 02/05/2005 à 31/07/2007

    Empresa: SPL do Brasil
    Função: Ajudante Geral
    Período: 20/05/1998 à 03/12/2001

    Empresa: Julio & Julio Ltda
    Função: Ajudante Geral
    Período: 26/03/2002 à 03/10/2003

    Empresa: Filon Confecções Ltda
    Função: Auxiliar de Qualidade, Maquinista Pleno
    Período: 03/07/1995 à 05/12/1996

    Votorantim______de_______2011

  7. Roberto SP disse:

    Seria sensacional um visita a esse acervo, também tenho vontade e desejo de ir até lá, um sugestão que tal organizar-mos um grupo para essa visita, juntariamos os busólogos de São Paulo e região e iriamos todos para Caxias não só visitar esse acervo mas também a fabrica da própria Marcopolo, quem sabe a Marcoplo toparia essa parceria e nós nos cotizariamos para despezas com viagem e hospedagem e a viagem é claro seria num Marcopolo G6 ou G7. Não sei pode ser até meio maluca essa proposta mas poderiamos amadurece-la. Forte abraço.

  8. Fco. Souza disse:

    Muito boa a matéria, parabéns!

    Existe algum site onde possamos visitar esse memorial via net?

    Fco. Souza

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