MAIS OFERTA DE TRANSPORTES COM MENOS ÔNIBUS. É possível?
Publicado em: 17 de novembro de 2011
Menos ônibus pode ampliar a oferta de transportes? Angra dos Reis diz que sim
Ideia é melhorar o sistema racionalizando linhas e criando serviços troncais, alimentadores, circulares e bairro a bairro
ADAMO BAZANI – CBN
Considerado defasado por conta do aumento da demanda e do crescimento das atividades econômicas em algumas regiões, que anda não contam com serviços suficientes, o sistema de Angra dos Rios, no Rio de Janeiro, deve passar por modificações nos próximos meses.
Um estudo da Coppe – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia – da UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, denominado “Geração de Alternativas Operacionais para Racionalização da Oferta e Tarifário” traz uma série de propostas para readequar linhas e melhor distribuir os transportes na cidade.
Entre as propostas está a criação de 03 linhas troncais, 12 alimentadores, 08 circulares e uma bairro a bairro.
O objetivo é reduzir o trânsito na região central da cidade, com o sistema tronco-alimentador, adotado em diversos municípios, e diminuir o tempo de espera.
O que pode parecer mais surpreende no estudo é que para isso, o número de ônibus deve ser reduzido, dos atuais 147 para 97.
A lógica está no fato de oferta de transportes não significar necessariamente quantidade de ônibus, mas de lugares e viagens.
Com linhas melhor elaboradas, mais curtas e espaços preferenciais ou exclusivos para ônibus, é possível oferecer mais velocidade aos veículos. Com mais velocidade, menos ônibus conseguem fazer um número maior de viagens.
Isso sem levar em conta a importância das linhas alimentadoras e bairro a bairro pelo fato de o centro da cidade não ser necessariamente o destino de boa parte dos passageiros. Há gente quer não precisa passar pelos centros das cidades com o crescimento de alguns bairros que acabaram se tornando geradores de emprego, renda e concentradores de serviços, como saúde, educação e lazer.
As propostas devem ser coladas em prática com o Programa Passageiro Cidadão, da Subsecretaria de Trânsito e Transportes.
Nesta quarta-feira, dia 16 de novembro, as propostas foram apresentadas em audiência pública na Câmara Municipal de Angra dos Reis, mas ainda causam desconfiança na população, principalmente em relação a diminuição da frota de ônibus e a implementação do sistema tronco-aleimentador.
As pessoas, mesmo sabendo que o tempo de viagem pode ser menor, ainda não têm o hábito de descerem de um veículo e entrarem em outro, mesmo sem o pagamento da passagem.
Além de representações populares e dos vereadores, a empresa de ônibus operadora do sistema, a Costa Verde, esteve na audiência.
As mudanças serão implantadas aos poucos.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.
Boa noite.
Estudo e propositura de sistema, interessantes. Vejamos qual será o resultado, na prática.
Pode ser um bom exemplo, ou, algo que deu errado e deva ser ignorado. É pena que o povo de Angra dos Reis é que vai ser o LABORATÓRIO, para este experimento.
Grandes descobertas e evolução, surgiram assim.
Abçs.
Espoeramos que dê certo e seja ewxemplo. Quanto menos ônibus, porém, com mais priopridade e linhas melhor elaboradas, menos trânsito,m poluição e custos menores nos sistemas
É ótima ação e parece estar nas mãos de gente competente. O conceito de rede tende a ser muito mais eficiente e abrangente.
Diminuir ônibus é relativo, porque deveriam aparecer rotas e locais não atendidos. Inclusive por ter demanda pequena para ônibus de tamanho padrão, podendo ser atendidas por micros ou similares.
Quisera a RMSP tivesse coragem de adotar conceito semelhante.
Bom dia.
Luiz e Adamo,
Concordo com vocês e acrescento que, sua menção Luiz, ao surgimento de locais de pouca demanda é extremamente importante, pois neste momento, de replanejamento, eles devem, merecem, ser contemplados.
Abraços.
Aqui na zona sul essa historia de reprogramação com aumento da oferta de lugares ficou só no discurso (o aumento). Tomara que lá seja algo sério e não para beneficiar empresas/cooperativas.
Bruno Quintiliano
Na Zona Sul não teve uma linha de Metrô que alterasse profundamente as demandas das linhas de ônibus.
O que dizer da falta de reprogramação, por exemplo, do monte de linhas que a Metrô 4 atingiu. E da falta de integração competente com a Metrô 4.
O que adianta ônibus ser ágil e fácil de adaptar se as adaptações sempre demoram, isto quando acontecem.