BRT PODE SER AINDA MAIS AMIGO DA NATUREZA
Publicado em: 9 de novembro de 2011
BRT pode ser mais sustentável ainda
Vencedor do Prêmio Jovem Cientista propôs estações de ônibus em corredores exclusivos que aproveitam a energia solar
ADAMO BAZANI – CBN
Além de garantir deslocamentos mais rápidos e seguros, pelo fato de privilegiarem um espaço exclusivo para os ônibus (espaço este pequeno, se for levado em conta que um ônibus proporcionalmente transportas muito mais pessoas que um carro de passeio), o BRT (Bus Rapid Transit) tem um importante papel em defesa do meio ambiente.
A primeira característica está justamente no melhor aproveitamento do espaço urbano: o ônibus em média consegue substituir 40 carros de passeio, que significam fontes poluidoras. Mesmo individualmente um ônibus poluindo mais que um carro, proporcionalmente ele representa ganhos pois retira mais carros das ruas do que ele poderia vir a poluir a mais.
Mas como o BRT trata-se de um sistema de espaço exclusivo para o transporte público, com corredores que apresentam pavimentação especial para ônibus e oferecem uma área maior para a circulação, é possível usar ônibus de porte maior, que substituem em uma única viagem mais carros ainda e outros ônibus atendendo ao meso número de passageiros o que é um avanço significativo na redução das emissões de poluentes no ar. Além disso, pelas condições de pavimento serem melhores, o operador de transporte público pode ter condições e segurança financeira de ser cobrado pelo poder público para colocar à serviço da população ônibus mais caros, porém mais confortáveis, com melhor ergonomia e espaço interno e com novas tecnologias, inclusive de tração limpa, como movidos a biodiesel, elétrico híbrido (movido a energia elétrica e um outro tipo de combustível), a hidrogênio (ainda em testes e que solta vapor d´água no ambiente em vez de fumaça), gás natural, etanol, como motores diesel eletrônicos ou trólebus, totalmente elétricos e que não emitem poluição em sua operação.
Assim, investir em BRT é também investir na preservação ambiental e, sobretudo, na melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Mas é possível aumentar ainda mais os ganhos à natureza com o BRT.
Foi o que provou o estudante Kaiodê Biage, do curso de arquitetura do Centro Universitário Izabela Hendrix, em Belo Horizonte – Minas Gerais.
Ele foi vencedor da 25° edição do Prêmio Jovem Cientista, na categoria Ensino Superior.
Kaiodê procurou aliar mobilidade com sustentabilidade e propôs que as estações de BRT sejam alimentadas por energia solar.
Segundo ele, há uma necessidade muito grande de se economizar energias elétrica.
Apesar de no Brasil a produção de energia elétrica ser uma das mais limpas, por hidrelétricas, dispensando por exemplo a geração nuclear ou por combustível, ainda sim há impactos ambientais.
As hidrelétricas dependem de grandes represas que para serem construídas causam devastação, impacto na fauna e desvio em cursos de rios.
Além disso, como as hidrelétricas são longe dos centros urbanos, perde-se muito dinheiro e também energia na transmissão.
Kaiodê, ao analisar os sistemas de BRT que estão sendo implantados em Belo Horizonte, para melhorar a situação da mobilidade da cidade e preparar também para a Copa do Mundo de 2014, viu que as estações dos ônibus ficam expostas à radiação solar forte e constante.
Por isso, teve a ideia de colocar placas de captação de luz solar para produção de energia sobre o “teto” das estações.
A energia forneceria a iluminação interna e o funcionamento de equipamentos de acessibilidade, segurança e telões de informação para os passageiros.
O estudante e os avaliadores veem no BRT uma solução ecológica eficiente, por isso que ele ganhou a premiação.
No entanto, o jovem, destaca dois fatores que devem ser estudados. A questão econômica, já que a cobra e a instalação dos painéis não são baratas, apesar de que com a demanda tendem a ter preços menores, e a localização das placas.
Quanto a questão econômica, os investimentos se pagariam em cerca de três anos. O tempo é razoável pelo fato de a economia de energia elétrica ser grande, pela independência do serviço público de eletricidade (se houver apagão, a estação continua funcionando, esmo sem geradores) e pelo fato de uma estação ser um equipamento publico que vai operar por muito mais que 3 anos.
Quanto à localização das placas, ele adverte que não deve haver interferência de sombras de outros prédios ou mesmo árvores para melhor aproveitar a eficiência do sistema.
As placas são formadas por células solares, ou fotovoltáticas, que como minibaterias captam a energia do sol. Por uma reação química, gera energia elétrica que logo deve ser armazenada por baterias convencionais.
O uso do sistema pode ser compatibilizado com a energia elétrica gerada de forma tradicional também.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.
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Excelente ideia, que lembrou o ponto da av paulista. os problemas dele foram solucionados?
Excelente idéia, Só lembrando que precisa ter vontade política para ser implantada…
Idéia e conceito bons!
O estudante deve estar orgulhoso de ver o conceito aplicado na PaulistaXConsolação. BH há de desenvolver seus protótipos.
Entendo importante também a recepção de dados nas estações por sistemas que não necessitem de cabos. Para telas touchscreen de informação ao usuário. Equipamento não é caro; mais difícil seria instalação que protegesse de roubos/vandalismo.
Olá Adamo,
Fico muito feliz por sua matéria, a ideia é essa mesma, otimizar ainda mais grande potencial ambiental dos corredores BRT, que possamos ver de fato essas iniciativas tornando realidade em nossas paisagens urbanas. Enquanto usuário do transporte público e ouvinte da CBN fico muito feliz mesmo! Parabéns para nós.