MAIS DA METADE DAS RODOVIAS BRASILEIRAS ESTÁ RUIM, DIZ PESQUISA

ÔNIBUS ATOLADO

Rodovias ainda são os grandes problemas dos transportes no País. Levantamento da CNT - Confederação Nacional dos Transportes em 92,7 mil quilômetros de estradas mostra que 57,4% apresentam problemas, sendo que 27% em situação crítica. As condições das estradas públicas são as piores. Do total da malha rodoviária do País, 77,4 mil quilômetros dos 92,7 mil ainda são de poder público. Destes, 66,2% foram considerados problemáticos. Já as rodovias privadas têm aprovação em 87%. As 10 melhores estradas estão em São Paulo.

Mais da metade das rodovias do País apresenta problemas
Levantamento é da Confederação Nacional dos Transportes. Sinalização e pavimentação são as piores situações
ADAMO BAZANI – CBN
Quem pega estrada diariamente ou de forma eventual sabe que a situação das rodovias no País ainda mostra que são necessários vários avanços nos transportes.
Buracos, sinalização inadequada e até erros de planejamento acabam não deixando apenas as viagens cansativas , mas também causam enormes prejuízos, com o atraso de viagens, entrega de cargas, chegada de pessoas e principalmente colocam em risco a vida de milhares de pessoas todos os anos.
O que é notório para qualquer motorista ou passageiro foi dimensionado em números por um levantamento feito pela CNT – Confederação nacional dos Transportes.
Segundo a pesquisa, que analisou 92,7 mil quilômetros de estradas, 57,4% ou 53,2 mil quilômetros apresentam problemas.
Destas rodovias com problemas, ainda segundo a 15ª pesquisa sobre o assunto, 24,9 mil quilômetros ou 27% das rodovias estão em situação crítica.
Os piores problemas identificados são pavimentação e sinalização inadequada:
– 57 % das estradas, ou 52,7 mil quilômetros, têm sinalização considerada inadequada.
– 48% das rodovias, ou 44,5 mil quilômetros, estão com pavimentação com problemas.
Em comparação a pesquisa do ano passado, foram analisados 1,8 mil quilômetros de estradas. A pesquisa contemplou rodovias federais, estaduais (sob o poder público) e as concedidas, que cobram pedágios.
Falta de acostamento e de vias de mão simples são outros problemas apontados pela pesquisa.
A falta de trechos de recuo ou faixas adicionais em subidas atrasam a entrega de produtos bem como a chegada de ônibus e carros aos seus destinos.
Segundo o levantamento, 88,3% das rodovias pesquisas são de pista única com não dupla.
Bruno Batista, diretor executivo da pesquisa, mensura os prejuízos no fornecimento de carga por conta das condições das rodovias:
“Do preço total de um frete, 16,7% se refere a custo adicional de operação devido aos problemas de pavimento na rota. Outros 13% é prejuízo. Isso se refere à perda de desempenho por conta das características do pavimento. Quando ele está em más condições, o caminhão começa a fazer um esforço maior, gasta mais combustível, pneu, suspensão e tempo, demora mais para fazer mesma viagem. O caminhão tem que rodar para produzir receita, mas quando ele demora mais, gera necessidade de rodar mais para fazer o mesmo caminho”, disse.
RAIO X DAS RODOVIAS BRASILEIRAS:
Apesar do alto número de privatizações ocorridas desde o Governo de Fernando Henrique Cardoso e prosseguindo no governo de Luís Inácio Lula da Silva, a maior parte das rodovias ainda é de responsabilidade do estado, o que indica que as melhores, mais movimentadas e mais lucrativas rodovias estão nas mãos da iniciativa privada.
Segundo o levantamento da CNT, 77,4 mil quilômetros estão sob o poder público. São as rodovias que mais apresentam problemas.
Destes quilômetros, 66,2 % das rodovias foram consideradas ruins ou péssimas.
O contraste é grande em relação às rodovias privadas. O levantamento considerou 87% dos 15,3 mil quilômetros de rodovias privadas como bons ou ótimos.
As 10 melhores rodovias do País são privadas e estão no Estado de São Paulo. As dez piores são públicas e estão espalhadas em todo o País, principalmente no estado do Pará.
Segundo a CNT, boa parte das mortes ocorridas nas estradas poderia ser evitada se caso as condições das rodovias fossem melhores:
“Outro custo nefasto é a questão dos acidentes rodoviários, que crescem ano a ano. Não é que o brasileiro é imprudente ao dirigir. Na realidade, o Brasil não suporta a capacidade de carros nas rodovias. Os veículos acabam se envolvendo em acidentes muito por conta da precariedade das rodovias”, disse Bruno Batista.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Comentários

Comentários

  1. Gustavo Cunha disse:

    Boa tarde.

    Por mais necessário que seja, constroem mais rodovias, mas antes, não conservam, nem as que já existem.

    Minimamente: incoerência.

    Abçs.

  2. Luiz Vilela disse:

    Talvez esta situação se resolva com forte mobilização e pressão popular.

    Cada motorista que trafegar por uma estrada sem condições razoáveis se manifestar por escrito e, de preferência, com fotos.

    No caso dos muitos que perdem a vida, suas famílias poderiam fazer a manifestação reportando o último local em que dirigiram.

  3. Paulo Gil disse:

    Amigos, bom dia.

    Como diz o meu pai; no Brasil falta TUDO!

    E realmente isto é uma grande verdade.

    Falta educação, falta cultura, falta saneamento, falta estrada, falta seriedade e por ai vai.

    Olha, as estradas não são tão ruins assim nem os motoristas tão bons motoristas assim; tenho o hábito de viajar de carro quando posso e já vi cada atitude de motorista que é de arrepiar os cabelos, inclusive de ônibus, recentemente na BR 242.

    Claro que a foto comprova que há as estradas ruis; mas a BR 116 já foi de barro e muita gente já até morreu de fome lá atolado no barro, e isso passa.

    Presisamos é trabalhar e ir resolvendo os problemas as medidas que eles vão aparecendo.

    Outro problema é que fizeram caminhões altamente velozes e com grande capacidade de carga,
    para trafegar em estradas que foram projetadas quando muito para trafegar um toquinho 1111;
    ai realmente não há estrada de aguente.

    Outra questão são as curvas, há anos mal projetadas, que só faz elas quem é de circo, pois
    um “braço duro”, não entra mesmo pois ela leva mesmo, somando-se ai a força exercida pela
    carga muitas vezes amarradas “male e male”.

    Os senhores já viram como são acondicionadas aquelas bobinas de aço enormes e pesadas???

    Pois é precisamos é de capacitação em todos os flancos e aos poucos ir eliminado os problemas.

    Alguém pode dizer, mas isto já era para ser feito; concordo, mas ninguém o fez.

    Então mãos a obra.

    Podemos fazer um novo fim, mas não um novo começo, o que já foi já foi.

    Sem contrar o “RIBITE”.

    Ha alguns meses (quase um ano) madei um e-mail para aouviodoria ANTT, questionando o por que de tantos acidentes envolvendo caminhões (inclusive sozinhos) pois rodei 3.403 Km e nunca tinha visto tanto acidentes antes em tão pouco tempo, inclusive em rodovias tapetões.

    Sabe a resposta?

    Esta questão não é da competência da ANTT.

    AI termino com a pergunta

    De quem é a competência?

    Só pode ser da FAZEDORIA; então façamos algo, pois algo é melhor do que nada; nem que seja comentar aqui no Blog.

    Muito obrigado.
    Paulo Gil

  4. Luiz Vilela disse:

    Hoje na CBN Milton Jung entrevistou um professor de pós graduação de transportes da USP.

    Ele afirma que “desde a década de 70 existem pesquisas e estatísticas bem precisas para avaliar o impacto da conservação e adequação das estadas na manutenção e velocidade média dos veículos”. E que “cessionárias têm responsabilidade contratual de adequar as pistas ao aumento de demanda”.

    Então fica claro:
    1) Que o DERSP sabe exatamente que a Raposo Tavares foi duplicada fora de parâmetros técnicos competentes e que as longas trincas na pista da esquerda estão estragando pneus e suspensões.
    2) Que a CCR tem que resolver os nós de congestionamento no Rodoanel, melhor exemplo o de Carapicuíba.

  5. Mariangela disse:

    Essa situação é ridicula!!!
    O meu tema do TCC é exatamante sobre este descaso!!!

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