METRÔ VAI ENCARECER VIDA DE CURITIBANO, DIZ ESPECIALISTA

Transportes Curitiba

Ônibus biarticulado em corredor exclusivo de alta velocidade em Curitiba. A implantação do Metrô na cidade, que é referência em transportes com BRT, é polêmica. De acordo com a URBS (gerenciadora do sistema) e o IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba), para bancar o sistema de metrô, cujos custos operacionais são mais caros, a passagem de ônibus hoje seria elevada para mais de R$ 3,00. As críticas principais são que o alto custo seria distribuído para todos os passageiros de transportes coletivos, inclusive para quem não usaria o metrô habitualmente, pelo sistema ser integrado. O traçado da linha proposto pela prefeitura também gera polêmica, pois está sobre uma área que já é servida por transportes e que por muito menos dinheiro poderia ser melhorada e levar a mesma quantidade de passageiros do metrô, enquanto outras áreas são carentes de recursos. Foto: Adamo Bazani.

Metrô vai fazer tarifa de ônibus superar os R$ 3 em Curitiba
De acordo com especialista, apesar de servir a uma parte da população, todos os usuários do sistema de transportes vão pagar mais caro por causa do Metrô proposto pela Prefeitura

ADAMO BAZANI – CBN

A implantação do Metrô em Curitiba vai ter um impacto no bolso de todos os passageiros do sistema de transportes na cidade, inclusive de quem não vai usar o metrô.
Como os ônibus serão integrados ao sistema metroferroviário, o passageiro do ônibus, vai bancar parte dos subsídios necessários para o funcionamento dos trens, que possui alto custo de operação.
A tarifa de ônibus passaria dos atuais R$ 2,50 para R$ 3,00 ou um pouco mais de acordo com cálculos da Urbs (Urbanização de Curitiba S.A.) e do IPPUC (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba).
Os dados foram revelados por Lubomir Ficinski, ex diretor de Transporte do IPPUC e urbanista especializado na área, em entrevista à programação local da Rádio CBN, de Curitiba.
Ficinski deixa claro que não é contra o modal meteroferroviário, mas sim à forma como o Metrô de Curitiba foi proposto, em uma área onde já há atendimento de transporte por corredores de ônibus exclusivos e de grande capacidade (BRT – Bus Rapid Transit), que, se melhorados, trariam os mesmos benefícios do Metrô porém por custos bem menores.
O projeto da prefeitura prevê que o Metrô sirva exatamente onde já há corredores de ônibus, do CIC (Centro Industrial de Curitiba), na zona Sul da cidade, até a Santa Cândida, na zona Norte, num total de 22 km de extensão, sendo 14,2 km na primeira fase. No lugar do corredor, que seria desativado, a proposta é de colocar calçadões e áreas de lazer.
Lubomir Ficinski disse que o metrô traria um custo injusto para o sistema, da maneira como tem sido proposto hoje.
“Como é um sistema integrado, ele vai fazer parte do sistema total. Esse custo de operação (do metrô) terá que ser diluído no sistema total de Curitiba. O cálculo disso hoje – e não é calculo meu, é cálculo da URBS, do IPPUC – a tarifa subiria R$ 0,47. Você que toma (ônibus) lá em Santa Cândida, vai ter que pagar pelo sujeito que toma no Pinheirinho”, esclareceu em entrevista à CBN de Curitiba.
Para que a tarifa não ultrapassasse hoje os R$ 3,00, se o Metrô foi feito de acordo com o projeto da Prefeitura, o poder público deveria aplicar no mínimo R$ 12 milhões de subsídios por impostos, por mês.
“Dinheiro que seria suficiente para melhor e muito os transportes atuais e ser aplicado em outras áreas, como saúde educação e moradia”.
Lubomir Ficinski afirmou que o desalinhamento das estações dos corredores poderia reduzir em até 40 minutos o tempo de viagem e aumentar a oferta de transportes, gastando menos dinheiro da população.
“A prefeitura está substituindo um sistema que está trabalhando e pode ser melhorado com um custo muito menor. Apenas R$ 50 milhões para fazer o desalinhamento. O Pinheirinho, justamente, tem 36 transposições. Isso tudo pode ser ajeitado. Como foi feito no Boqueirão, que se ganhou 20 minutos. O meu cálculo (com o desalinhamento das estações) de Santa Cândida ao Pinheirinho é 40 minutos (a menos)”, contou à CBN Curitiba.
Ele acredita que a proposta do Metrô tem um cunho político, com o objetivo de chamar a atenção para a imagem da administração público, afinal, tudo que é novidade, desperta interesse da população. Mas nem sempre a novidade, segundo Ficinski é o mais adequado para a comunidade em geral.
“Muitas vezes, a melhora de um sistema que já funciona, é bem mais indicada e custa muito menos. É questão de respeito ao dinheiro público” – complementou.
O Metrô e algumas propostas em relação aos transportes teriam sido os motivos para o especialista se desligar do IPPUC. Ele atuou na equipe de Jaime Lerner que elaborou um conceito de transporte e de cidade, trazendo o BRT (Bus Rapid Transit) para o mundo e colocando Curitiba como um dos modelos de sustentabilidade, de transportes e de qualidade de vida, reconhecida mundialmente.
Com os mais de R$ 1,75 bilhão que deve custar o Metrô, o especialista disse que poderiam ser feitas várias obras e melhorias que Curitiba e região necessitam há muito tempo.
“Podia negociar com o governo federal, ‘vamos fazer a terceira pista do aeroporto, vamos melhorar o sistema atual, e não precisamos do metrô. E não preciso emprestar dinheiro de nenhuma PPP (Parceria-Público-Privada).”
O urbanista seria favorável ao metrô se ele não pesasse no bolso do contribuinte e servisse onde realmente ainda há necessidade de ampliação da oferta de transportes.
A Prefeitura diz que o Metrô vai aumentar a capacidade de atendimento e a velocidade operacional entre Santa Cândida e CIC Sul. A previsão, de acordo com o site que o poder público criou para apresentar o metrô, é de transportar 500 mil pessoas por dia.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Luiz Vilela disse:

    Não conheço o Sr. Lubomir. Mas com certeza gostaria de ouvir o outro lado, até porque parece lógico que Metro substiutua vias de BRT com excesso de demanda. E que outros corredores de BRT interligados ao Metro sejam criados. E comparar custo sem comparar benefício não faz sentido.

  2. Infelizmente, o outro lado foi essa pequena nota recebida, que publicamos:

    A Prefeitura diz que o Metrô vai aumentar a capacidade de atendimento e a velocidade operacional entre Santa Cândida e CIC Sul. A previsão, de acordo com o site que o poder público criou para apresentar o metrô, é de transportar 500 mil pessoas por dia.

  3. Gustavo Cunha disse:

    Boa tarde.

    Utilizo-me do metrô, em algumas oportunidades, na capital paulista, onde sempre admirei, sua qualidade e eficiência, apesar de que, de uns tempos para cá, já fui surpreendido com o efeito “Gomes da Costa” e aqui, parece-me que, como em outras oportunidades, o poder público não expõe a sua versão, justamente, para não haver debate.

    Assim, ficamos nós, com nossas impressões e, alguns especialistas, todos, expondo seu ponto de vista, mas, como em uma simples conta de somar, falta uma parcela, para o total.

    Nós, gostamos, somos apaixonados pelo universo do transporte, mas, não podemos nos esquecer das demais necessidades, urgentíssimas, como saúde e educação. Por isso, havendo a possibilidade de fazermos mais, com menos recursos, vejo, como mais aconselhável.

    Abçs.

  4. É Gustavo, você falou tudo. Nós temos de ficar pesquisando, analiusando a opinbião dos especialista e io poder público não dá sua versão no debate E ELE DEVERIA SER OBRIFGADO A ISSO, POIUS PAGAMOPS O PODER PÚBLICO E ELE TEM DE NOS DAR SATISAFAÇÃO.

    Exemplos:
    MONOTRILHO DO ABC: ninguém do poder público fala, só em eventos.

    METRÔ CURITIBA: colocam um site no ar e só falam em eventos

    DENÚNCIAS CONSÓRCIO LESTE 4: Essa é a pior. O Ministperio Público fala, os passageiros falam e queremos ouvir os citados nas supostas irregularidades e eles não faloam, MAS FICAM CRITICANDO O BLOG E A IMPRENSA EM GERAL PELOS COTOVELOS, NAS SUAS REUNIÕESZINHAS E NOS SEUS GABINETES PAGOS POR PASSAGEIROS, CONTRIBUINTES, LEITORES E CIDADÃOS. O Blog continua aberto para vocês, viu!

    QUERO PARABENIZAR A POSTURA DE ALGUNS ÓRGÃOS, NO ENTANTO:

    – EMTU: Sempre nos responde quando é possível pela área 5 e outros assuntos
    – ANTT- Apesar de toda a polêmica envolvenbdo a licitação das linhas interestaduais e internacionais (NÃO È O CASO AGORA DE FALAR SE O EDITAL É BOM OU NÂO), a Assessoria de Imprensa da ANTT e a superintendete SOnia Haddad tiveram a ombridade de responder ao Blog e a outros órgãos de imprensa.
    – PREFEITURA DE DIADEMA: Sempre também teve o cuidado de nos atender explicando detalhes sobre a ETCD e sua privatização e outros assuntos relacionados a transportes na cidade (que é o nosso foco aqui no Blog).

    SÃO BONS EXEMPLOS, MAS A MAIORIA DOS NOSSOS FUNCIONÁRIOS SE OMITE E NÃO DÁ EXPLICAÇÕES SOBRE O QUE PLANEJAM COM O NOSSO DINHEIRO.

    1. Luiz Vilela disse:

      Perfeito Ádamo!
      Tomara que os técnicos de Curitiba lhe ouçam e possamos obter estas informações tão importantes.

  5. Rafael Asquini disse:

    O argumento desse ex-diretor do IPPUC é típico do “nãopodismo” brasileiro, ou dos “contras” disfarçados de “racionais”, “técnicos” ou “especialistas” etc. Aqui em São Paulo, por exemplo, temos um monte de “especialistas” nos órgãos da Administração Municipal que “são a favor” “gostam”, “adoram”, “acham fantástico” trólebus. Só que “não pode”, “não dá”, “sai caro” etc.

    Pior ver um depoimento lamentável desse ser levado a sério, ainda mais sendo alguém que nem está mais na direção do órgão, e num momento que ninguém ainda sabe como serão bancados estes custos, se haverá subsídios do Governo do Estado, do Governo Federal etc., nem cita dados referentes a demanda, quantos serão transportados, quanto será arrecadado com tarifas de R$ 2,50 ou R$ 3,00.

    Por sinal, ser ligado ao Sr. Jaime Lerner e dizer que a proposta de Metrô tem cunho político é demais pra minha cabeça. É literalmente sentar no próprio rabo pra falar no dos outros.

    LAMENTÁVEL!!!

    Abraços.

  6. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite

    Olha o azulão ai geeente, COISA LINDA.

    Sampa é tão ruim que nem teve a coragem de comprar um Neobuzão desses pra alegrar os nossos olhos aqui; mas…

    Xiiiiiiiiiii é o “CMTC System”, sendo exportado pra Curitiba; tomara que a moda não pegue.
    Metrô na linha do Buzão-BRT.

    Corrijam o alinhamento, eliminem os semáforos do BRT e deixem como está, pensem no futuro e façam um Rodoanelmetroferroviário (Aéreo é claro), para a Curitiba do Futuro.

    Pensem e olhem para o futuro esqueçam a linha padrão de 1000 anos; Centro Industrial de Curitiba – Santa Cândida.

    Muito obrigado
    Paulo Gil

  7. NOVAMENTE FALO: QUANDO O PODER PÚBLICO SE OMITE DE DAR INFORMAÇÕES E ESCLARECIMENTOS, DÁ MARGEM PARA CRÍTICAS E VERSÕES CONTRÁRIAS.

    LUCIANO DUCCI, O PREFEITO, EM VEZ DE FALAR O QUE TODOS AQUI QUERTEM SABER, COMO OS SUBSÍDIOS, DEMANDA, SE A OBRFA VALE A PENA PARA A QUANTIDADE DE PESSOAS BENEFICIADAS, DESCONVERSOU SOBRE AS CRÍTICAS DO EX DIRETOR DO IPPUC

    http://www.bemparana.com.br/politicaemdebate/index.php/2011/10/14/ducci-desconversa-sobre-aumento-da-tarifa-de-onibus-por-conta-do-metro/

    A IMPRENSA (ENTENDAM – POPULAÇÃO) QUER OUVIR E ABRE ESPAÇO SIM PARA AS PESSOAS QUEW ESTÃO NO COMANDO, MAS ELAS NÃO CUMNPREM O DEVER DE DAR SATISFAÇÃO DO QUE QIEREM FAZER COM NOSSA GRANA….

  8. eu copio e fico com esta opinião que acho bem coerente.
    Essa rixa de modais vai parar onde? Onde nossas cidades estão chegando com empresários e “estudiosos” do transporte de cabeça pequena?

    Paris aprendeu que a integração era importante e que ela só aconteceria com integração tarifária se houvesse apenas uma única empresa operando todos os modais do transporte público da cidade inteira. Aí foi criada a RATP, uma empresa pública para operar toda a rede de metrô e ônibus e gerenciar a infra-estrutura de transporte público de Paris. Hoje, a RATP também opera algumas linhas de trens metropolitanos de Paris (os RERs, juntamente com a tradicional SNCF) e tem uma subsidiária multinacional que é sócia de vários consórcios de transporte no mundo todo, inclusive do brasileiro ViaQuatro.
    Ao final, os parisienses hoje desfrutam de um transporte moderno e integrado, operado e gerenciado por uma empresa pertencente ao povo parisiense e que está presente no mundo todo distribuindo tecnologia para sistemas metroviários. Afinal, a linha 14 de Paris foi inaugurada já completamente automatizada ainda em 1998, com trens Alstom/Bombardier com vagões de passagem livre entre eles, e isso tornou da RATP uma empresa de referência em metrôs modernos e bem planejados.

    Na hora de falar que São Paulo precisa de BRT, muitos empresários e pseudo-especialistas comprados pelos mesmos empresários levantam a mãozinha pra defender. Na hora de falar que São Paulo precisa investir mais e mais rápido em metrô, esses pseudo-especialistas aparecem dizendo que é perda de tempo. Já imaginaram uma cidade apertada e aglomerada como Londres sem metrô? Já imaginaram Paris, com sua região central mais antiga e completamente congestionada, sem metrô? Já imaginara o velho centro de Colônia com uma pancada de ônibus biarticulados tirando espaço dos calçadões do importante comécio de rua? E São Paulo sem metrô e sem CPTM, como seria?

    Curitiba está com um BRT transbordando de gente. Dizem que o Ligeirão é a grande sobrevida do sistema, mas é uma solução de curto prazo. O ideal é exatamente o que está acontecendo: modernizar os atuais corredores para elevar a capacidade ao máximo possível, e ao mesmo tempo ir construindo uma rede de metrô para desafogar onde não haverá mais solução nos próximos 20 anos. Cidade planejada é isso. E não construir BRTs para a Copa que vão durar mais 10 anos e farão mais gambiarras para durar mais 10 anos e o povo vai andando amassado nos ônibus a espera de uma alma iluminada que venha com uma solução definitiva.

    O papo de que o BRT tem capacidade de metrô é completamente furado. Os dados da Transmilenio S/A sobre capacidade do BRT de Bogotá são completamente adulterados e duvidosos, e inclusive devem considerar a capacidade dos veículos articulados ultrapassando o limite de pessoas por metro quadrado determinado pela OMS. Não é possível que um corredor curitibano sem faixas de ultrapassagem comporte apenas 20% da capacidade do corredor colombiano.

    Imaginem só se o Brasil resolve construir uma malha ferroviária decente para circulação de pessoas e cargas. O que iria sair de comentário seria pra rir, porque chorar seria levar essa gente a sério.

    E o Jaime Lerner pode chamar a gente de tecnocratas. Prefiro ser tecnocrata e defender que, além das medidas de curto e médio prazo, devem ser feitos planos de longo prazo. Nas cidades vivem pessoas, e não gráficos e números.

    Abraços,
    Fábio Tanniguchi
    Que participa da Nacional Bus

    abs
    Marcos gales

    1. Luiz Vilela disse:

      Caro Fabio Taniguchi
      Perfeito. Venho escrevendo aqui neste blog da necessidade de um Meio de Pagamento Único, mas não sabia da gerenciadora de Paris, muito menos da ligação com a Via Quatro.
      Fico algo incrédulo que haja – por exemplo – em São Paulo uma liderança política capaz de botar um plano como o de Paris em prática. A recíproca, sem dúvida, é continuar na mão de empresários de cabeça pequena, mão grande e relações incestuosas com o poder público.

  9. Paulo Gil disse:

    Amigos, boa noite

    Gostei muito dos comentários supra, bem centrados.

    Mas entendo que o a operação do dia a dia têm de ser gerida pelas empresas, onde
    melhor ge$tor é o capital, que faz as coisas funcionarem e o mercado age, como sempre, como o
    melhor agente regulador [Lei da oferta e da Procura].

    Ninguém mais sabe fazer “pão” do quem realmente ponha a mão na massa na madrugada, para que o pãozinho esteja a nossa disposição no raiar do sol.

    A gestão pública NÃO TEM agilidade e dinanamismo, quesitos imprecindíveis a qualquer área operacional.

    Exemplo disto, foi dado em comentário em outro “post”, de que estão fazendo estudos para reduzir o percurso de uma linha que está em sobreposição à LInha 4 do metrô e com baixa demanda (se não me engano é a 577-T da VIM).

    Pergunto: Isto precisa de estudo????

    Precisa é de AGILIDADE E DINAMISMO!

    Muito obrigado
    Paulo Gil

    1. Gustavo Cunha disse:

      Paulo,

      Perfeita afirmativa. O Estado precisa regular e fiscalizar, contribuir com o planejamento, mas, lançar sobre sua responsabilidade, o Estudo e aplicação, é querer demais, de Instituições que, em quase sua totalidade, demonstram não deter capacidade para isso.

      Abçs.

  10. Rafael Asquini disse:

    Excelente a resposta do Fábio Taniguchi.

    Um conhecido meu, engenheiro e grande especialista em transportes me disse certa vez que, se eu quisesse, conseguiria sim fazer um corredor de ônibus transportar a mesma quantidade de passageiros que uma linha de metrô.

    Com ônibus biarticulados partindo em média de 20s em 20s de paradas com capacidade para encostar três trólebus biarticulados, semaforização inteligente, canaletas com possibilidade de ultrapassagem em todo o corredor, veículos movidos a energia elétrica para evitar um corredor de fumaça etc.

    A pergunta: isso é viável?

    Curitiba, antes modelo de mobilidade no Brasil, no passado plenejou a solução do Metrô para um momento em que os seus corredores de ônibus ficassem saturados. Esse momento já passou faz algum tempo e agora a “cidade-modelo” faz exatamente a mesma coisa que as demais: corre atrás do prejuízo. Sem falar na próprio processo de degradação urbana que vem sofrendo: é a terceira capital mais poluída do Brasil (só perde pra RJ e SP), indice de qualidade de vida caindo (do IDH mais alto passou a ter o mais baixo entre as Capitais do Sul), dentre outros problemas que se avolumam.

    Entendamos, então, que fórmula do seu atraso está aí: por anos e anos seguiu os gráficos do Jaime Lerner, sua tão incensada URBS passou 37 anos dizendo amém para Volvos, Mercedes, Scanias, Marcopolos, Gulins e Gurgacz da vida. A cidade serviu de “laboratório” para mobilidade por ônibus, exemplo para o mundo etc. Mas serve de laboratório “do quê”? É modelo ou exemplo “do quê” para o mundo?

    O Metrô agora vem para tentar salvá-la, talvez.

    Um abraço a todos.

  11. Luiz Vilela disse:

    Rafael Asquini
    Sua comparação é boa. Buscar a maior eficiência para a demanda sem justificar com números meramente teóricos.

    Mas acredito que Curitiba seja bom exemplo sim, mesmo que o momento tenha passado um pouco.

    Se comparar com a RMSP, o momento de todos os modais existentes e o dos que nem sequer existem (como BRT e VLT) já passou há tanto tempo que, como falado noutro post há pouco, ficou impossível aperfeiçoar: tem que desconstruir e fazer de novo.

  12. Felipe S disse:

    O metrô de Curitiba não é tão necessário . Pois poderiamos melhorar o nosso BRT e pelo menos por 15 anos ele seria eficiente . Entretanto o BRT não conseguiria aumentar a capacidade e com o adensamento populacional logo estaria saturado . O metrô vai atrair muita gente que não usa o transporte coletivo em Curitiba . E ainda mais , vai a prova do sucesso do urbanismo curitibano .

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