GOIÂNIA VAI RECEBER NOVOS ÔNIBUS BRT
Publicado em: 7 de outubro de 2011
Goiânia vai receber mais BRTs de última geração
Novo lote de ônibus articulados para o sistema de Goiânia está a caminho. No total serão 90 ônibus, 60 articulados e 30 biarticulados
ADAMO BAZANI – CBN
A renovação da frota de ônibus de Goiânia, em Goiás, para o sistema de ônibus em corredores segregados prossegue com mais veículos do modelo Mega BRT, da Neobus.
Os ônibus possuem design diferenciado que remete modernidade, o que também pode atrair mais passageiros para o transporte público, já que o ônibus faz parte do ambiente urbano e o estado de conservação e a modernização da frota é um dos pontos que o cidadão leva em consideração, mesmo sem conhecer plenamente as denominações dos modelos.
Os Neobus Mega BRT na versão biarticulada são considerados os maiores ônibus do mundo, com 28 metros de comprimento e capacidade para 270 passageiros.
A versão articulada também é maior que os articulados mais antigos. São ônibus de 21 metros com capacidade para 170 passageiros.
Veículos deste porte são indicados para corredores. A maior capacidade de passageiros se reflete em conforto e oferta mais ampla de lugares, para evitar superlotação e atrair mais pessoas para o sistema.
Os Neobus BRT, cujas primeiras unidades já estão sendo operados pela Metrobus, possuem maior espaço interno, com largura e altura ampliadas, equipamentos de acessibilidade como rampas e espaço para cadeira de rodas e cão guia, além de botões de parada diferenciados que indicam ao motorista que uma pessoa que necessidade de mais atenção vai descer na próxima parada.
O ônibus possui equipamentos eletrônicos para operação e gerenciamento, como um computador de bordo que informa ao motorista em tempo real algum eventual problema no veículo.
A suspensão dos ônibus é eletrônica e os veículos contam com monitores de TV.
A Metrobus Transporte Coletivo S.A. comprou 90 ônibus Neobus BRT, 30 da versão biarticulada e 60 da articulada.
DE CAXIAS PARA GOIÂNIA:
Os ônibus são de chassi Volvo, produzidos em Curitiba, Paraná. De Curitiba eles são levados a Caxias do Sul, onde fica a sede da Neobus.
De lá, uma longa viagem até Goiânia.
Para o transporte destes veículos, existem profissionais específicos que rodam por todo o país.
Neste dia 07 de outubro de 2011, o BLOG PONTO DE ÔNIBUS conversou com um desses profissionais.
Erni Avrela foi motorista por 35 anos na Prefeitura de Caxias do Sul.
Aposentado, não quis ficar parado e partiu para a estrada.
Há um ano ele se dedica a transportar ônibus por todo o Brasil. E
E neste tempo, história é que não falta.
Vários tipos de ônibus, estradas e culturas se traduzem em experiências jamais vividas por Erni.
Até hoje, a viagem mais longa que fez foi entre Caxias e Teresina, no Piauí, levando veículos para o Programa Caminho da Escola.
“A emoção é muito grande de percorrer este país que é lindo. Fiz muitas amizades, conheci lugares que jamais imaginei que existissem” – contou Erni.
No entanto, a vida de um transportador de veículos zero quilômetro não é só maravilhas.
Nossa equipe encontrou com Erni no Hotel e Posto 21, em Fazenda Rio Grande, no Paraná.
Normalmente, os motoristas ficam hospedados em quartos confortáveis neste hotel.
Mas nem sempre é assim.
“Há lugares em que não existem paradas e temos de dormir no ônibus mesmo. Levo meu colchão, cobertores, materiais de higiene. O ônibus também não pode ficar em lugar inseguro. Há estepe, equipamentos e ferramentas que são transportados que são visados por ladrões de estrada”.
No entanto, a maior dificuldade da profissão é ficar longe da família.
“Tem vezes que ficamos de 7 a 8 dias fora de casa e a saudade bate” – contou Erni que ainda disse que inicialmente a família foi contra ele trabalhar neste ramo. Erni tem cinco filhos e cinco netos.
E quando o ônibus e entregue? Como é a volta?
“De avião ou de ônibus (de linha regular) normalmente” – disse Erni, que complementou dizendo que hoje este serviço se profissionalizou e os motoristas têm mais amparo das empresas.
Hoje não é mais permitido dirigir apenas chassi e os transportadores de ônibus montados seguem toda a legislação trabalhista, inclusive com obrigatoriedade de carga horária máxima para descanso.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes
Ádamo
Boa notícia, Goiânia é cidade bem resolvida.
Significa que Goiânia terá BRT real, com pré-embarque e corredores segregados?
Caso seja, será que haverá alguma ação de sincronização de semáforos priorizando os BRTs nos cruzamentos?
Luiz,
Goiânia já tem BRT real, com corredor segregado e pagamento antes do embarque. Existem vídeos no YouTube mostrando alguns terminais, como o da Praça da Bíblia. O funcionamento é bem precário. O asfalto é bem ruim. Os terminais são sujos, feios e mal conservados.
Há alguns estudos atualmente:
1) trocar o corredor de ônibus (BRT) por bondes (VLT)
2) reformar estações
3) criar um novo eixo de BRT, chamado norte-sul.
Que eu saiba NÃO há projeto de priorização nos semáforos.
“Goiânia vai receber mais BRTs de última geração”
Quanto a essa citação do artigo, não vejo “última geração” em ônibus sem ar condicionado em cidades quentes como Goiânia. Ainda mais com 300 pessoas a bordo.
Em Cuiabá (aliás, uma cidade mais quente que Goiânia) vejo com tristeza a discussão entre BRT e VLT. Seja qual for a escolha, vai ser um sistema ruim. Ou vai ser um BRT meia-boca (parecido com o de Goiânia) ou um VLT limitadíssimo.
Antonio Filho
Parece quie o mais difícil está feito. Reformar pistas e estações dá dividendos políticos rápidos e diretos; deve ser mais fácil cobrar e conseguir. Este Neobus maior deve exigir inclusive reforma de cruzamentos para retificar desníveis.
Realmente necessário o ar condicionado, inclusive com bom controle de umidade.
Não entendi seu pessimismo com Cuiabá. Morei lá 6 meses e acredito que possam sim, fazer VLT decente.
Caro Luiz Vilela,
Meu pessimismo quanto ao VLT de Cuiabá é que ele não passa de uma obra eleitoreira de um cacique político local (esqueci o nome do deputado). Havia um projeto muito bem feito de BRT com TRÊS EIXOS, cobrindo grande parte da cidade. Mas o tal deputado estão pressionando muito para trocar por UM EIXO de VLT bem pequeno e limitado.
O caso pra mim é de chorar. Se tiver um tempinho leia:
07/07/2011 – 07h01 – Políticos ignoram técnicos e manobram para emplacar trem bilionário em Cuiabá.
Abraço
Caro Antonio Filho
Cuiabá teria dois eixos principais: o que vai do aeroporto ao Shopping Pantanal e aos órgãos do governo e o que vai para o Coxipó/Distrito Industrial. O primeiro é o mais importante.
Estas discussões de competição de modais são furadas, porque só uma Rede atende realmente bem. VLT com sinalização de ponta me parece adequado ao trecho principal sim, mas não por ser “melhor ou pior” que o BRT e sim porque DEVERIA ALIMENTAR BRTs ao Coxipó e no longo círculo da Avenida Perimetral.
Somente BRT atenderia sim, mas a curto e talvez médio prazo.
Problema do VLT seria o custo operacional nos períodos de baixa ocupação e/ou intervalos muito longos entre trens. Na Alemanha se usa composições diferentes (menores no baixo fluxo) no período, o que me parece ótima solução.
Deve haver sim. Pelo menos é a intenção para priorizar o transporte publico
Além da boa noticia sobre a cidade de Goiania, o texto abordou pelo menos para mim uma curiosidade sobre esses profissionais (motoristas) que fazem o translado dos ônibus novos da fábrica até o cliente, me fez lembrar a época que era comum ver chassis sendo levado para as fabricas, era estranho de ver um chassi sendo dirigido, lembro que via muitos passando pela Av. Francisco Morato em direção ao sul nos anos 70 creio que iam para a Marcopolo, hoje em dia existem carretas próprias para levar os chassis, mas que é bacana ver ônibus novo chegando é viu, forte abraço
Passo quase todos os dias em frente à unidade da mercedes em diadema e realmente é legal ver os ônibus novos. Se bem que ultimamente a grande maioria são aqueles midi-onibus, que eu detesto. nunca cheguei a ver só o chassi
Enquanto isso, caxias do sul sofre nas maos da visate. ao inves de andarmos em onibus como esses Megas BRT, temos que andar em Torinos 1722 sempre lotados e o pior Viale 1722 articulado que para subir um morro sofre…. e lamentavel… e se paga 2.50 para se ser torturado…
e ainda os nossos queridos vereadores renovam por mais 10 anos o contrato da visate….Obrigado pelo espaço e boa sorte a todos
Amigos, bom dia
É isso ai; é o Centro Oeste no desenvolvimento do Brasil.
Quanto aos probelminhas é só caprichar na manutenção do trecho e quanto ao
ar condicionado, este tem de ser obrigatório, afianl Goiania é um “forno”.
Sr, Erni, parabéns e viva viajando por este país que é a melhor coisa que há na vida.
E nas estradas de Goias, é facil ver um tucano plainar na frente do nosso carro; eu já
vi e nunca mais esquecerei.
BOA VIAGEM Sr. Erni e curta bastante, se precisar de um co piloto…
Esta traseira do Mega lembra um conhecido “bicudinho” OH 321 Super B, acho que ele
foi a inspiração.
Muito obrigado
Paulo Gil
Este É Meu Avô Viajando E Conhecendo cada Dia Um Novo Lugar, Uma Nova Cultura E Fazendo Novas Amizades.
Muito legal Rafael, vocês terem visto a matéria. O sr. Erni é uma pessoa muito legal. experiente e nessa matéria ele representa a todos desta classe que muitas vezes não saem na mídia, mas se há ônibus novos nas cidades e modernização dos transportes, é também por conta de pessoas como seu avô.
Parabéns.
É bom ver ônibus novos aqui em Goiânia, mas aqui existe um esquecimento do transporte coletivo, a prioridade aqui são os carros individuais. O eixo-anhanguera, para onde vai esses ônibus tem que ter uma reforma muito grande. É uma vergonha ver que o governo só age quando o sistema esta se acabando como é o caso do eixo-anhanguera. Teriam que prever que a demanda será enorme daqui uns 5 anos e que o sistema de BRT não vai suportar, assim como já não suporta hoje em horários de pico. Em ônibus com capacidade para 270 pessoas, andam mais de 350 pessoas. Aqui só serve se for um VLT de alta capacidade….
Caro Gregory,
Não existe VLT que opere em alta capacidade. VLTs são sistemas de média capacidade, assim como BRTs. A capacidade de um VLT (que opera geralmente usando bondes articulados) é, quando opera na capacidade máxima, só um pouco maior maior que a de um BRT.
Alta capacidade só um metrô pesado consegue alcançar. E metrôs pesados (pelo menos seis vagões) são raríssimos no Brasil. O metrô de Brasília mesmo nem atinge uma capacidade alta, porque o tempo entre as composições (trens) é alto e o tamanho delas é pequeno (apenas 4 carros/vagões). O de Curitiba está previsto para ter apenas 5 carros/vagões.