EMPRESAS SUSPEITAS DE MAQUIAREM ÔNIBUS VELHOS

Eucatur Transamazônia Usado

Ônibus usado da Transamazônia (Eucatur). Ao lado da Viação São José (antiga Vitória Régia) empresa é acusada de “maquiar” ônibus antigos, usados em outras regiões, e apresentar como novos no sistema de Manaus, no Amazonas. Ministério Público e Polícia Civil devem investigar o caso que foi levantado por um vereador local. Ao tentar registrar a possível modificação dos ônibus, o parlamentar foi agredido e teve a máquina fotográfica quebrada por funcionários da Transamazônia – Eucatur.

Suspeita de ônibus velhos sendo maquiados como novos no Sistema de Manaus vira caso de Polícia
Suposta prática de reforma de carrocerias novas para a colocação em chassis mais antigos teria acontecido nas empresas Transamazônia e São José

ADAMO BAZANI – CBN

O Ministério Público Estadual do Amazonas e o 6º DIP (Distrito Integrado Policial) do Amazonas devem investigar a denúncia de que as empresas de ônibus operadoras do sistema local, Transamazônia (antiga Eucatur) e São José (antiga Vitória Régia) supostamente estariam “maquiando” veículos antigos, inclusive que só prestaram serviços em outras localidades, e apresentando esses ônibus como novos.
O caso foi levantado pelo vereador Waldemir José quando foi levantar a denúncia do jornal local “A Crítica” de que ônibus que deveriam estar em cumprimento de serviços ficavam parados nas garagens nos horários de pico.
Na garagem da Viação São José, que seguindo a Prefeitura de Manaus, recebeu novos ônibus, só havia veículos antigos na vistoria feita pelo vereador.
Já na garagem da antiga Eucatur, a Transamazônia, a situação foi bem pior.
O vereador fotografou ônibus antigos sendo montados e carrocerias mais novas sendo colocadas em chassis antigos. Segundo Waldemir José, peças eram recondicionadas, e os ônibus eram pintados para dar a impressão de novos.
Ainda nesta garagem, o parlamentar disse que foi agredido por funcionários da Transamazônia, quando perceberam que ele estava registrando imagens da suposta maquiagem dos veículos.
Além de ter sofrido escoriações, o vereador teve a lente da câmera fotográfica dele quebrada.
O jornal “A Crítica” foi avisado pelo vereador e ao tentar entrar na garagem da Transamazônia também foi impedido, desta vez pelo advogado da empresa, Talvani Brito.

O OUTRO LADO:

O Sinetram – Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Amazonas, que representa as viações, afirmou que não há “maquiagem” dos veículos e que os ônibus são pintados por questões puramente estéticas. O ano de fabricação, segundo a entidade, é identificado pelo número do chassi do veículo, que não é alterado.
Quanto à suposta agressão sofrida pelo vereador, o Sindicato Patronal afirmou que ele foi retirado da garagem porque entrou sem se identificar e que o acesso da imprensa aos pátios das empresas não pode ser impedido, desde que o jornalista se identifique e peça a visita.

Não é de hoje que os grupos ligados às empresas citadas são suspeitos de colocarem em funcionamento ônibus reformados e apresentá-los como novos.
O poder público vai acompanhar com mais rigor a atuação das viações.
Manaus anunciou a maior renovação de frota de ônibus municipal de todo o País, neste ano.
Ao todo devem ser colocados 900 ônibus novos nas ruas.
Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes

Comentários

Comentários

  1. Robson disse:

    Adamo,

    Está aqui um belo exemplo, onde pegaram um Caio Alpha Volvo B10M Ex VCB de SP e reencarroçaram em um Torino.

    http://fotolog.terra.com.br/onibus_gsp:234

  2. Gustavo Cunha disse:

    Boa noite.

    Pode parecer que não, mas, a prática aqui descrita é comum.

    Igualmente pior, são os carros novos que, com pouquíssimo tempo de uso já aparentam estar VELHOS.

    Por isso, ônibus Okm é importante e, igualmente, é importante conservá-lo também !

    Pena que, nem todos pensam assim.

    Abçs.

  3. Obrigado Robson pela postagem do link. Aparentemente o “reencarroçamento” na Transamazônia – Eucatur é bem comum e, como disse o amigo Gustavo, é prática em outras empresas.

  4. Vitor disse:

    Se o poder público realmente quiser, vai punir as empresas. É óbvio e visível que se trata de um veículo usado…

  5. fatosgerais2 disse:

    Não sei se em Manaus os onibus possuem pintura padronizada, mas se possuem, este é o feito que ocorre. Se não tivesse, ficaria ainda mais dificil esconder estas falcatruas. Em Brasilia, vira e mexe, são pegos onibus piratas fazendo linhas regulares utlizando a pintura padronizada de lá. Identidade visual, segurança para população e para o empreśario honesto. E só!

  6. jair disse:

    Amigos,
    Eu vivi o tempo em que a importação era proibida e as industrias nacionais não coneguiam suprir o mercado. Então não havia condições de se obter frota nova para atender a demanda.
    Assim, as empresas tinham a necessidade de aprovetar ao máximo os componentes duravéis e substituir os componentes pereciveis.
    Então vi GMC ODC de chassi imortado, encarroçado pela GM do Brasil em 1949/54, ser transformado em trolebus (3010 e 3019) e daí desnvolver o aproveitamento de componentes eletricos sobre seu chassi e com as carroçeria conhecidas como monika, que rodaram maravilhosamente até o advento da Martaxa.
    Mais recentemente, os trolebus de nova geração de 7000 a 7199 de carroçaria Ciferal foram reencarroçados e rodam até hoje (atualmente mal conservados).
    Ainda sobre o onibus GMC ODC, houveram repotênciamento do veículo com troca de motores trocando o GM 4 cilindros de 2 tempos por motores FNM e/ou Cummins.
    Em cima de chassis Nacionais, como fnm, mercdes e sacnia, ví varios encarroçamentos tanto de veículos urbanos como de rodoviários, com excelentes resultados.
    Com o monobloco, aconteram também muitos encarroçamentos de otima qualidade, porém, a maior transformação ocorreu com a total reconstrução do monobloco, deixando-os em estado de zero quilometro, Inclusive o documento, feito pela industria INCABASA, que já não existe mais, do qual eu possui 2 deles, adquiridos usados da Viação Danubio Azul, que tinha muios eles em operação rodoviária.
    Então, não vejo o reaproveitamento das parte duráveis dos veículos como indesejável.
    Somente a expressão tem que ser observada, pois não podemos confundir NOVOS ONIBUS com ONIBUS NOVOS
    O que também acho dificil é como criar uma lei sobre o assunto, mas acho sempre que a livre iniciativa é a que melhor usa o recursos disponiveis em beneficio do melhor atendimento e a menor custo.

    1. Gustavo Cunha disse:

      Boa tarde.

      Jair, permita-me dizer-lhe que, suas observações são muito interessantes. Afinal, não podemos nos afastar em admitir que, há momentos que, o empresário encontra-se obrigado a comprar ônibus usados, para compor a frota, visto que, é melhor assumir um compromisso que pode pagar, do que uma dívida que, não terá condições de pagar.

      Entretanto, o universo do transporte atual, até permite renovar ou ampliar frotas com veículos pouco menos usados, mas, é preciso investir em veículos novos tb., sob o risco de dificultar bastante renovações e ampliações futuras.

      Por fim, é preciso deixar bem claro, como vc. mesmo disse, não confundamos novos ônibus, com ônibus novos.

      Isto é feio.

      Abçs.

  7. galesitransportes disse:

    Amigo Adamo

    Baltazar foi convidado a sair de Manaus, em compensação, a sua escola ficou.

    abs
    Marcos Galesi

  8. é galesi é que antes do tio balta sair deixou vários discípulos que foram formados na escola de picaretagem dele,que pelo jeito da muito certo,velho balta professor de mão cheia.

  9. MARCOS NASCIMENTO disse:

    A prática de reencarroçamentos já foi muito comum no Brasil porém sendo feitas pelas fabricantes de carrocerias de ônibus e não por empresas de ônibus. Quando isso ocorre como no caso da Transamazônia (ex Eucatur urbana) é algo fantástico do ponto de vista criativo e considerando a excelente mão de obra do pessoal da oficina coisa que não se verifica na maior parte das empresas do País. Há casos de muitas empresas que tem ônibus bons e novos porém não fazem boa manutenção e em poucos anos eles começam a dar problema sobretudo em função das péssimas condições das vias da maior parte dos municípios.

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