ESTADO DE GREVE DE ÔNIBUS EM FORTALEZA, DEPREDAÇÕES DE ÔNIBUS E VIOLÊNCIA

ÔNIBUS DEPREDADO EM FORTALEZA

Apesar de as ações serem repetidas, somando quase 120 depredações só neste ano, só na quarta-feira, 15, e serem do mesmo modo de operação, a polícia diz que não tem pistas doas pessoas que vem atacando ônibus em Fortaleza. As depredações e tentativas de incêndio aumentaram no período de negociação salarial. Não houve até o momento acoro entre o Sintro - Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário no Estado do Ceará Foto Leal Mota Filho e o Sindiônibus – Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Ceará. As empresas de ônibus fizeram reforços na segurança para ajudar a identificar os criminosos e evitar as ações. O Sindicato dos trabalhadores diz que as ações não são cometidas por pessoas envolvidas nas negociações. A categoria decretou estado de greve, ou seja, os ônibus não pararam, mas podem deixar de prestar serviços a qualquer momento. Foto: Leal Mota Filho.

Estado de Greve em Fortaleza e mais de 100 depredações
Empresários e trabalhadores não entram em acordo e categoria entra em estado de Greve. Sindicato dos motoristas diz que depredações não têm relação com as negociações

ADAMO BAZANI – CBN

A situação de quem anda de ônibus não está nada fácil em Fortaleza, no Ceará. Não está fácil e chega a ser perigosa.
Os ônibus urbanos têm sido alvos de ataques, principalmente depredações e tentativas de incêndio que, desde o início do ano, somam quase 120 ações violentas.
Passageiros e principalmente funcionários das empresas de ônibus são os que mais literalmente sentem na pele a situação.
Com as negociações salariais entre trabalhadores e empresários, que não mostram ir para frente, tanto é que a categoria já anunciou estado de greve, as ações aumentaram.
Só nesta quarta-feira, 15 ônibus foram depredados. O motorista de um deles, de 25 anos de idade, foi atingido por uma esfera metálica no olho, foi levado ao Hospital Distrital Edmilson Barros de Oliveira (Frotinha de Messejana), mas não corre risco de ficar com seqüelas.
Estado de Greve não significa que os ônibus estão paralisados, mas que há iminência de paralisação a qualquer momento.
O Sindiônibus – Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará – afirmou que em época de negociação salarial, o vandalismo aumenta. Os prejuízos, principalmente para reparo dos veículos, já chegam a R$ 100 mil.
O Sintro – Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário do Estado do Ceará – afirmou que as ações violentas não têm relação com os funcionários que participam das negociações. A entidade diz que repudia as ações e que não aceita ser responsabilizada pelas depredações.
A maior parte dos ataques acontece por autoria de pessoas que lançam pedras e objetos nos ônibus de motos ou caçambas de veículos.
A fuga se dá de maneira muito rápida. A questão virou de segurança pública, mas a polícia diz não ter pistas dos autores.
Uma resposta que levanta uma série de questionamentos sobre a eficácia da polícia na possibilidade de greve de ônibus em Fortaleza, no Ceará.
Se fosse um ataque isolado e mais nenhuma ação tivesse ocorrido. Mas são centenas de ataques, só em um dia foram 15. Pelas repetidas vezes, modo de ação semelhante e há um ano ocorrendo, a polícia não ter pistas, chega a colocar em xeque a competência ou vontades do setor de segurança pública.
Para tentar preencher esta lacuna de investigação e de ação preventiva da Polícia, as próprias empresas de ônibus colocaram em Fortaleza homens à paisana com rádio-comunicadores para tentarem flagrar algum ataque e avisar de pronto à polícia.

SEM ACORDO:

Após oito reuniões, não houve acordo entre o Sindiônibus – Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Ceará e o Sintro – Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário no Estado do Ceará.
O Sintro reivindica reajuste salarial para os motoristas de 25% e o Sindiônibus oferece 6,3% de aumento.
Diante da falta de acordo, a Superintendência Regional do Trabalho pode convocar as duas partes e obrigar um acordo para evitar a greve dos transportes em Fortaleza.
Na terça-feira, dia 19 de julho de 2011, a Superintendência Regional de Trabalho e Emprego do Ceará (SRTE – CE) suspendeu as negociações pelo fato do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário não ter apresentado outra proposta.
De 45 cláusulas discutidas entre empresas e trabalhadores, faltam 15, justamente sobre os salários e outros benefícios.
Outros benefícios, como cesta básica, vale refeição, podem ser comprometidos se não houver acordo, já que eles dependem de acordo entre categorias trabalhistas e empregadores.
A justiça trabalhista pode determinar o reajuste salarial, como ocorreu no ABC Paulista, onde motoristas e cobradores descumpriram várias determinações judiciais, como avisar sobre a greve com 72 horas com antecedência, o movimento foi decidido de uma noite para madrugada, e não foi cumprida a frota mínima para atender à população.
As empresas de ônibus de Fortaleza afirmaram que negociam índices de aumento salarial de até um dígito, ou seja, menos de 10%.
O Sindionibus reúne as seguintes empresas:
Empresas urbanas
Auto Viação Dragão do Mar
Viação Fortaleza
Viação São José
Montenegro
Empresa Cearense
Siará Grande
Santa Maria
Asa Azul
Viação Timbira
Maraponga Transportes
Maratur
Rota Expressa
São Benedito
Terra Luz
Transpessoa
Aliança
Vega
Fretcar
Viação Urbana
São Francisco
Vega 2
Expresso Timbira

Empresas Metropolitanas
Penha
Via Metro
São Benedito
Empresa São Paulo
Princesa dos Inhamuns
Empresa Vitória
Vitória 2
Autoviária Maranguape
Fretcar

Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.

Comentários

Comentários

  1. Gustavo Cunha disse:

    Boa tarde.

    Triste estratégia.

    Não nos enganemos, NÓS cidadãos é que pagamos esta conta.

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